20 de Janeiro: Chefe de Estado lamenta cancelamento de deposição de flores no memorial Amílcar Cabral
O Chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, lamentou, esta sexta-feira, 19, o cancelamento da tradicional deposição de uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral. Um acto a que Jorge Carlos Fonseca deveria presidir na manhã deste sábado, mas que não vai acontecer por causa das obras da requalificação urbanística que estão em curso naquele sítio.
"Não é bom. Lamento esse facto. É uma cerimónia organizada pelo Protocolo do Estado e como Presidente da República sou convidado a presidir. Recebi ontem (quinta-feira) ou anteontem (quarta-feira) uma informação de que não seria possível por causa das obras em curso. Achei estranho e ainda perguntei se havia alguma alternativa, mas comunicaram-me que não", disse Jorge Carlos Fonseca.
Esta decisão sobre o cancelamento da tradicional deposição de uma coroa de flores no memorial Amílcar Cabral, para assinalar o dia da sua morte, a 20 de janeiro de 1973, em Conacri, também não caiu no grado da Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria (ACOLP), que lamenta a falta de programação para a conclusão dos trabalhos.
À semelhança de todos os anos, Cabo Verde assinala, data em que o líder da independência cabo-verdiana foi assassinado – 20 de Janeiro -Dia dos Heróis Nacionais, estando previstas várias actividades, que deveria arrancar com a deposição de flores no memorial A.C. a partir das 08h00. Mas devido ao constrangimento imposto, JCF garante que irá estar presente numa cerimónia a ser realizada pela ACOLP para assinalar a data que simboliza os 45 anos da morte de Amilcar Cabral, o fundadador da nacionalidade cabo-verdiana.
Reflexões e nova relação com a África
Entretanto, debates e reflexões sobre a atualidade do pensamento de Amílcar Cabral estão a marcar a passagem do 20 de Janeiro nas várias ilhas de Cabo Verde.
Na Capital, o destaque vai para o encontro em que o comandante Osvaldo Lopes da Silva foi conferencista. Este companheiro da Amílcar Cabral chamou a atenção para a necessidade de Cabo Verde de encontrar uma nova ancoragem junto da África, insurgindo-se assim contra uma eventual desconfiança dos africanos em relação ao nosso país.
O PAICV, que se assume como o herdeiro do legado ideológico de Amílcar Cabral, também assinalou, hoje,19, o Dia dos Heróis Nacionais com uma conferência sobre a atualidade do pensamento de Cabral, na Praia. Já em Santiago Sul a CPR do mesmo partido vai realizar, por volta das 10H30, deste sábado, uma homenagem aos combatentes da liberdade da pátria, num sessão a decorrer no Liceu Napoleão Fernandes, em Santa Catarina.
Conforme apurou este jornal, nas outras ilhas estão também previstas várias atividades para assinalar o 20 de Janeiro - Dia dos Heróis Nacionais e 45º aniversário do assassinato de Amílcar Cabral por agentes do colonialismo português na Guiné Conacri.
Para os combatentes vivos, «Cabral cá morre», atendendo o legado que deixou para os povos da Guiné e Cabo Verde. Assim sendo, defendem «ser justo todos os patriotas prestarem a uma justa homenagem a ele aos demais heróis nacionais».
asemana