Após cumprimentar os presentes, o candidato iniciou a sua apresentação, definindo a fluorose dentária como uma anomalia do desenvolvimento dentário, causada pela ingestão excessiva de flúor durante a fase da formação de dente. "Nos casos mais leves, observam-se pequenas manchas ou opacas no esmalte. Nos casos mais severos, apresentam regiões com manchas amareladas ou acastanhadas, podendo ocorrer até mesmo a perda da estrutura dentária," explicou Delgado.

A pesquisa revelou uma prevalência de 100% de fluorose dentária entre as crianças estudadas, com quase metade apresentando um grau severo da condição. Este dado é particularmente preocupante, considerando os efeitos adversos da fluorose severa na qualidade de vida, incluindo impactos na mastigação, autoestima e acesso ao mercado de trabalho.

Delegado destacou a discrepância entre os níveis de flúor recomendados e os encontrados na água da Ilha Brava, que atingem 6,7 mg por litro, bem acima do limite máximo estabelecido pela legislação de Cabo Verde. "A população da ilha tem estado a consumir concentrações de flúor muito acima dos limites máximos recomendados, colocando assim a população em risco de desenvolver a fluorose dentária," afirmou.

O estudo abordou também a perceção das crianças sobre a aparência dos seus dentes, a falta de acesso a serviços de saúde oral e a necessidade de intervenções urgentes para controlar a exposição ao flúor. "A saúde oral é um direito humano fundamental que desempenha um papel crucial na garantia de uma boa qualidade de vida," concluiu Delgado.