A importância do projecto “Brava 100% Renovável” destacada pelo Governo, mas que ainda nao saiu do papel
Cidade de Nova Sintra, 21 Fev (Bravanews) - O Ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, destacou no mês de Maio, na Cidade da Praia, a importância do projecto “Brava 100% Renovável”, que, segundo ele, deverá estar concluído em 2018, numa parceria público/privada.
Cidade de Nova Sintra, 21 Fev (Bravanews) - O Ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, destacou no mês de Maio, na Cidade da Praia, a importância do projecto “Brava 100% Renovável”, que, segundo ele, deverá estar concluído em 2018, numa parceria público/privada.Em declarações à imprensa, na altura, no final da cerimónia de abertura do seminário de apresentação pública do projecto, o governante tinha dito que a iniciativa visava colocar a ilha Brava no mapa das ilhas cujo abastecimento de energia se faz com 100% de energias renováveis.
Mas quase um ano depois, o projecto não passou de folhas de papeis e discussões, reuniões sem fim e esperas que desesperam.Na apresentação concluiu-se que o projecto utilizará uma combinação de turbinas eólicas e painéis de energia solar fotovoltáica para produzir eletricidade renovável e inclui um mecanismo de estabilização, tendo como tecnologia de armazenamento, o hidrogénio.
A eletricidade será alimentada directamente pela rede do vento e da planta de energia solar que irá, também, abastecer um sistema para produzir Amónia Anidra (NH3), que pode ser armazenado e, em seguida, usado para alimentar geradores elétricos em aldeias remotas ou em períodos de baixo débito.Para o ministro da Economia e Emprego, o sucesso desta tecnologia de ponta em Cabo Verde seria “um passo gigante e modelo a aplicar não só em outras localidades do arquipélago, mas também do mundo, principalmente nas zonas remotas com condições semelhantes e de difícil acesso ao abastecimento de energia de forma sustentável”.
Este projecto vai ser uma oportunidade de negócio para o país porque vai transformar o sector dos serviços ligados às energias renováveis numa área geradora de empregos e exportação para o mercado da CEDEAO, com 300 milhões de consumidores.O ministro realçou igualmente a importância deste projecto que na sua opinião vai dinamizar o Centro de Energias Renováveis e Manutenção Industrial (CERMI), a instituição que oferece condições formativas, de auditoria, de certificação, de fiscalização, de monitorização, de investigação no sector.
Segundo o ministro, os desafios para Cabo Verde são enormes em matéria energética, porque o país continua a enfrentar “grandes dificuldades” quanto à provisão sustentável de energia, acrescido do peso significativo que a importação dos combustíveis tem na economia, o que faz do arquipélago, um dos países onde o custo deste bem essencial seja hoje entre os mais elevados no mundo.
Para implementação do projecto, a empresa Cabo Verde Wind conta com um financiamento de oito milhões de dólares (cerca de 800 mil contos) disponibilizados pela Agência Internacional de Energia Renovável, segundo o responsável pela iniciativa, o empresário/imigrante cabo-verdiano radicado nos Estados Unidos, Júlio Rodrigues.
O projecto que deverá ficar concluído em 2018 conta com parceira de várias empresas conceituadas nos Estados Unidos, que já manifestaram interesse em disponibilizar todos os equipamentos necessários e o desenho do sistema, visando garantir a produção e armazenamento de energia na ilha Brava, informou o presidente da Cabo Verde Wind.
A formação e capacitação de técnicos nacionais no CERMI e apresentação do protótipo experimental de sistemas de contentores para formação, investigação e sua utilização em zonas remotas para produção de electricidade são também outros componentes importantes do projecto.
Só que com todas estas vantagens para a ilha Brava e para Cabo Verde, este projecto nao anda, o que foge a compreensão do comum mortal.