A Megalomania de Nossa Excia Francisco Tavares, reflexões sobre a história e a Infraestruturaçao de N. S. do Monte

Recentemente, o nome de Francisco Tavares, actual Presidente da Câmara Municipal da Brava tem sido amplamente discutido nas rodas de conversa da comunidade. Suas afirmações grandiosas, como “ninguém fez mais por Nossa Senhora do Monte do que eu (Francisco Tavares) e Orlando Balla”, levantam questões sobre a verdadeira natureza do seu legado e o impacto que ele teve em freguesia. Com uma propensão ao egocentrismo, Tavares parece acreditar que a história de Nossa Senhora do Monte começou em 2012, como se as contribuições e os esforços de gerações anteriores não tivessem importância.

Oct 3, 2024 - 16:22
Oct 3, 2024 - 16:20
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A Megalomania de Nossa Excia Francisco Tavares, reflexões sobre a história e a Infraestruturaçao de N. S. do Monte

A Estrada para Fajã d'Água

Imaginemos, por um momento, que Francisco Tavares tivesse sido o responsável pela construção da estrada que vai de Figueira Grande a Fajã d'Água. Esse projeto, que facilitou o acesso a uma das áreas mais belas da região, transformou a dinâmica local, conectando comunidades e possibilitando o crescimento econômico. No entanto, se Tavares tivesse assumido essa responsabilidade, provavelmente teria enfatizado sua “visão” e sua “genialidade” por trás do projeto, eclipsando o trabalho árduo de engenheiros, trabalhadores e líderes comunitários que, ao longo dos anos, lutaram por melhorias na infraestrutura.

A Estrada  Vila/Cachaço,

Da mesma forma, se a estrada Vila/Cachaço, passando por Cova Rodela, Cova Joana, Nossa Senhora do Monte e Tome Barraz, tivesse sido construída sob a sua gestão, o que veríamos? Tavares, com sua megalomania, possivelmente teria se apropriado do crédito por um projeto que, na verdade, seria o resultado do esforço colectivo de muitas pessoas dedicadas. A melhoria das condições de vida e o fortalecimento das conexões entre as comunidades teriam sido eclipsados pelo seu desejo de ser a figura central da narrativa.

Construção de Igrejas e do Cemitério da Freguesia

E se Tavares tivesse influenciado a construção das igrejas, tanto Adventista quanto Católica, ou até mesmo do cemitério da freguesia? A fé e a espiritualidade da comunidade, que se manifestam em cada tijolo colocado, seriam reduzidas a um mero espectáculo de vaidade. Sua tendência à grandiosidade teria ofuscado o verdadeiro espírito de união e devoção que caracteriza esses espaços. Assim, as igrejas, que deveriam servir como locais de acolhimento e esperança, poderiam ser transformadas em monumentos ao ego de um único homem.

Jardins Infantis e Escolas

A visão de Tavares se estende até as instituições de ensino, como o jardim infantil de Nossa Senhora, a escola central e seus anexos. Se ele tivesse sido o responsável por esses projetos, a educação da juventude local teria se tornado mais um palco para seu ego. Ao invés de focar nas necessidades dos alunos e nas comunidades, suas ações teriam sido mais sobre a construção de uma imagem pública do que sobre a formação de futuros cidadãos. A verdadeira missão educativa poderia ter sido perdida em meio ao desejo de fama e reconhecimento.

O Aeroporto de Esparadinha

Agora, consideremos o impacto que Tavares teria se estivesse à frente da construção do aeroporto de Esparadinha. Este projeto que foi inaugurado em 1992, abriu as portas para um desenvolvimento econômico sem precedentes, trazendo turistas e investimentos para a região. No entanto, sob a batuta de Tavares, a história do aeroporto poderia se tornar mais uma vitrine para sua autoafirmação. A infraestrutura, que deveria ser um bem coletivo, provavelmente seria tratada como um troféu pessoal, em vez de um símbolo do progresso comunitário.

A importância do aeroporto transcende a simples logística; ele poderia ter sido um ponto de união, um espaço onde diversas culturas se encontrariam. No entanto, Tavares, com seu foco em si mesmo, provavelmente veria o aeroporto como uma extensão de seu poder, ignorando o potencial que ele poderia oferecer para o crescimento colectivo da freguesia e da ilha.

 

O Serviço de Correios

Além disso, se Tavares tivesse sido responsável pela implementação do serviço de Correios na região, o que poderíamos esperar? O Correio é vital para a comunicação e a conexão entre as comunidades, permitindo o fluxo de informações e correspondências. Sob a gestão de Tavares, no entanto, o serviço poderia se transformar em uma ferramenta para sua promoção pessoal. Ele poderia enfatizar sua "importância" na modernização do serviço, esquecendo que foi uma necessidade antiga da comunidade, atendida por muitos antes dele.

Ao invés de focar na eficiência e na melhoria do serviço, Tavares poderia ter se concentrado em usar os Correios como um palco para suas declarações grandiosas, ignorando a necessidade real da população por um serviço acessível e confiável. A importância da comunicação, que deveria ser uma ponte entre as pessoas, poderia ser transformada em mais uma narrativa sobre o seu próprio valor.

 

O Antigo Pelourinho de Peixe

Outro aspecto que não podemos ignorar é a relevância do antigo pelourinho de Peixe. Esta infraestrutura representou um avanço grande na forma de transporte, conservação e venda de peixes, emprestando ao sector mais dignidade e trazendo com a ele a clareza de ser uma aposta ganha. Se Tavares tivesse tido influência sobre a construção do pelourinho, é possível que ele o visse não apenas como uma infraestrutura motora da economia local, mas como uma extensão de sua própria importância.

Em vez de promover a história e a identidade comunitária, Tavares poderia ter se apropriado do pelourinho como um marco de sua “grandeza”, negligenciando o valor coletivo que ele representa. A história da freguesia, rica em tradições e narrativas, poderia ser reduzida a uma mera ferramenta para alimentar seu ego.

O Serviço de Banco

Além disso, se Tavares tivesse assumido a responsabilidade pela implementação de um serviço bancário na região, poderíamos esperar uma abordagem semelhante. O banco não é apenas um local para transações financeiras; ele é um pilar do desenvolvimento econômico e da estabilidade comunitária. Sob a sua gestão, no entanto, o serviço bancário poderia se transformar em uma vitrine para suas conquistas pessoais, em vez de se concentrar nas necessidades dos cidadãos.

Tavares poderia ter promovido o banco como uma de suas “grandes realizações”, desviando a atenção das verdadeiras intenções que deveriam guiar um serviço financeiro: o suporte ao desenvolvimento local, o acesso ao crédito e a promoção de iniciativas empreendedoras. Em vez de ser um recurso valioso para a comunidade, o banco poderia ser visto como mais um meio de amplificar a imagem de um único indivíduo.

 

Construção de casas e apoios concedidos

Se Tavares tivesse se envolvido na construção de casas e na concessão de diversos apoios à comunidade, o que observaríamos? A criação de habitação acessível é um passo fundamental para o desenvolvimento de qualquer região. No entanto, se ele tivesse sido o responsável, provavelmente o foco teria sido menos sobre as necessidades habitacionais reais e mais sobre a exaltação de seu papel como “construtor”.

Do mesmo modo, o apoio a grupos desportivos, recreativos e culturais, que são essenciais para a coesão social, poderia ter se tornado mais um espetáculo de vaidade, onde Tavares se posicionaria como o “benfeitor” da comunidade, ao invés de reconhecer o trabalho coletivo e a paixão que impulsionam essas iniciativas. O verdadeiro valor de apoiar a cultura e o desporto reside em sua capacidade de unir e fortalecer laços, algo que poderia ser eclipsado pela busca por reconhecimento pessoal.

Apoio a estudantes e transporte escolar

Outro aspecto crucial é o apoio aos estudantes. Se Tavares tivesse gerido a concessão de bolsas de estudo e outros tipos de ajuda, é possível que sua abordagem estivesse mais focada em destacar sua “generosidade” do que em atender às reais necessidades educacionais da juventude. O suporte a estudantes é uma responsabilidade coletiva que deve ser exercida com humildade e visão comunitária, e não como um meio de autopromoção.

A compra e o serviço de autocarros para transporte escolar, que são fundamentais para garantir que todos os estudantes tenham acesso à educação, poderiam também ser manipulados sob a ótica de Tavares como uma extensão de sua “grandeza”. Em vez de ver o transporte escolar como um serviço essencial, ele poderia vê-lo como mais um exemplo de suas realizações, ignorando o impacto real que isso tem na vida das crianças e famílias da comunidade.

O posto sanitário de Nossa Senhora do Monte e Lomba Tantum

Outro projecto significativo que merece reconhecimento é o posto sanitário de Nossa Senhora do Monte e Lomba Tantum. Se Francisco Tavares tivesse sido responsável pela sua construção, é provável que ele tratasse esse importante serviço de saúde como mais uma oportunidade de se exaltar, minimizando o papel crucial que a saúde pública desempenha na vida da comunidade. O posto sanitário é uma instalação vital que oferece serviços essenciais, e sua criação deve ser creditada aos muitos que lutaram pela melhoria das condições de saúde ao longo dos anos.

Caso Tavares tivesse gerido a construção do posto sanitário, provavelmente veríamos menos foco na saúde e bem-estar da população e mais em como isso poderia ser utilizado para construir sua própria imagem. O verdadeiro mérito deveria ser dado a todos que, antes dele, já estavam comprometidos em melhorar a saúde pública, muitos dos quais atuaram com dedicação silenciosa para garantir que os cuidados fossem acessíveis a todos.

A energia elétrica na Ilha

Um dos avanços mais significativos na infraestrutura da ilha foi a introdução da energia elétrica, que inicialmente esteve disponível por apenas 6 horas diárias e, posteriormente, se expandiu para 24 horas. A extensão do serviço por toda a freguesia de Nossa Senhora do Monte representou um marco no desenvolvimento e na qualidade de vida dos seus habitantes.

Se Tavares tivesse sido o responsável por essa transformação, é fácil imaginar que ele teria se apropriado do crédito por essa conquista vital, destacando-se como o “grande responsável” pela modernização da eletricidade na região. Em vez de reconhecer o esforço colectivo de engenheiros, trabalhadores e líderes comunitários que lutaram por esse avanço, Tavares poderia ter transformado a narrativa em mais uma história de autovalorização.

A eletricidade não é apenas uma comodidade; é um elemento essencial para o desenvolvimento econômico, a educação e a saúde. Sob sua gestão, a importância desse serviço poderia ter sido ofuscada por uma promoção de seu próprio ego, desvirtuando o verdadeiro valor que a energia elétrica traz para a vida cotidiana das pessoas.

Acesso à água potável e saneamento básico

Um dos pilares do desenvolvimento comunitário é o acesso a água potável e a sistemas de saneamento básico. Se Tavares tivesse sido o responsável por garantir esses serviços, a sua abordagem poderia ter priorizado o reconhecimento pessoal em vez do bem-estar da comunidade. A água potável é um direito fundamental, e sua disponibilidade não deve ser usada como uma forma de autopromoção.

Além disso, o saneamento básico é essencial para a saúde pública e para a qualidade de vida. Sob a gestão de Tavares, a construção de infraestruturas de saneamento poderia ser transformada em uma narrativa onde seu papel é destacado, enquanto o esforço coletivo de engenheiros, trabalhadores e cidadãos que lutam por melhorias seria ofuscado. O verdadeiro valor desses serviços reside em sua contribuição para a saúde e bem-estar da população, não em se tornar um símbolo de vaidade.

Polidesportivos de Cachaço, Nossa Senhora do Monte, Fajã d'Água e Mato

A construção de polidesportivos em Cachaço, Nossa Senhora do Monte, Fajã d'Água e Mato representa um avanço significativo na promoção da saúde, do desporto e do bem-estar da comunidade. Esses espaços não apenas oferecem oportunidades para a prática de actividades físicas, mas também funcionam como centros de convivência e interação social.

Se Francisco Tavares tivesse sido o responsável pela criação desses polidesportivos, é provável que a sua visão estivesse mais voltada para como isso poderia ser utilizado para realçar sua imagem do que para os benefícios que esses espaços trazem para a comunidade. Em vez de ser um local de união e desenvolvimento, os polidesportivos poderiam se tornar mais um palco para sua vaidade, onde o foco estaria em sua suposta contribuição ao invés do real impacto positivo que eles poderiam ter.

A promoção do desporto e das atividades recreativas deveria ser um esforço comunitário, visando a inclusão e o fortalecimento de laços. Se Tavares tivesse se apropriado dessa iniciativa, a verdadeira essência da colaboração e da solidariedade poderia ser ofuscada pelo seu desejo de reconhecimento.

 

Jardins Infantis de Mato, Cachaço e Fajã d'Água

Agora, consideremos a construção dos jardins infantis de Mato, Cachaço e Fajã d'Água. Esses espaços são fundamentais para o desenvolvimento das crianças e para a educação inicial. Se Tavares tivesse gerido a criação desses jardins, a ênfase poderia estar em seu próprio papel como “pioneiro” da educação infantil, ao invés de se reconhecer a importância coletiva de educadores, pais e da própria comunidade na criação de um ambiente seguro e estimulante para as crianças.

Esses jardins não são apenas locais de aprendizado, mas também são vitais para a socialização e o desenvolvimento emocional das crianças. A gestão de Tavares poderia ter negligenciado o papel essencial que essas instituições desempenham na formação de cidadãos conscientes e bem ajustados, colocando seu próprio reconhecimento acima das verdadeiras necessidades da comunidade.

 

A estrada para Mato, Lomba Tantum, Tapume e Matinho

Se a estrada para Mato, Lomba Tantum, Tapume e Matinho tivesse sido construída durante a gestão de Tavares, o impacto seria semelhante. O desenvolvimento das áreas rurais, o acesso a serviços e a mobilidade dos habitantes seriam ofuscados por uma narrativa que exaltaria seu papel como “o salvador” das comunidades. As melhorias seriam vistas mais como um reflexo de sua grandeza pessoal do que como um avanço coletivo em prol do bem-estar da população.

Respeito aos administradores e líderes passados

Um aspecto essencial a considerar é o respeito devido a todos os administradores que contribuíram para a nossa freguesia de 1462 a 1975, e aos Delegados de Governo de 1975 a 1990. Essas figuras desempenharam papéis cruciais na construção do que hoje conhecemos como Nossa Senhora do Monte. O trabalho deles foi fundamental para a evolução da comunidade, e ignorá-los em favor de uma narrativa centrada em um único indivíduo é não apenas injusto, mas também um desserviço à história local.

Os Presidentes de Câmara, como Jorge Nogueira, José Maria Barros e Camilo Gonçalves, também deixaram um legado importante. Cada um deles, com sua visão e dedicação, contribuiu para moldar a infraestrutura e as políticas que beneficiaram esta comunidade. Reconhecer o trabalho deles é vital para entender a rica tapeçaria da nossa história e para valorizar o esforço colectivo que foi realizado ao longo dos anos.

Além disso, devemos prestar homenagem a todos os filhos de Nossa Senhora do Monte, incluindo aqueles que trabalharam arduamente para construir a escola materna e outras instituições essenciais. Esses indivíduos dedicaram suas vidas ao bem-estar da comunidade, muitas vezes em silêncio, sem buscar reconhecimento. Eles representam o verdadeiro espírito de serviço e devoção que deveria ser o foco de qualquer discussão sobre o legado da freguesia.

 

Conclusão

A figura de Francisco Tavares ilustra os perigos da megalomania em contextos comunitários. A história de Nossa Senhora do Monte não começou em 2012, nem se limita ao papel de um único indivíduo. O progresso da  freguesia é o resultado de esforços conjuntos, de pessoas que trabalharam arduamente ao longo das décadas para construir um futuro melhor para todos.

A verdadeira grandeza reside não na busca por reconhecimento pessoal, mas na capacidade de inspirar e unir uma comunidade em torno de objetivos comuns. Se Tavares deseja deixar um legado duradouro, talvez devesse começar a reconhecer e valorizar as contribuições dos outros, em vez de se autoproclamar como o responsável que mais contribuiu pela evolução de Nossa Senhora do Monte. A história é feita por muitos, e cada voz conta na construção de um futuro mais promissor.