A vergonhosa Inação dos emigrantes, antigos alunos, directores e professores da Escola de Nossa Senhora do Monte - Não devemos esperar pelo Estado. A unidade pode fazer a diferença.
A Escola de Nossa Senhora do Monte, localizada na freguesia do mesmo nome, é uma instituição de ensino que tem desempenhado um papel fundamental na formação de gerações de alunos. No entanto, nos últimos anos, a escola tem enfrentado desafios de manutenção. Mas a vergonhosa inação e as críticas de quem não sabe como funciona o sistema de manutenção das escolas em Cabo Verde, não ajuda, pois sustentam a tese única da intervenção do Estado.
Neste artigo de opinião, argumentarei que não devemos depender exclusivamente do Estado para salvar instituições tão importantes quanto a Escola de Nossa Senhora do Monte. Em vez disso, é imperativo que a comunidade se una e tome medidas para preservar o patrimônio educacional que esta escola representa.
A Escola de Nossa Senhora do Monte tem uma longa história de prestação de serviços educacionais de qualidade à comunidade local. Durante décadas, ela tem sido um farol de educação, ajudando a moldar a vida de inúmeros alunos. Além disso, a escola também tem desempenhado um papel vital na preservação da cultura e das tradições locais.
No entanto, nos últimos anos, a escola enfrenta dificuldades, com enfoque na falta de manutenção de suas instalações. A deterioração das condições da escola ameaça não apenas a qualidade da educação oferecida, mas também a sua própria existência. Muitos emigrantes, antigos alunos e professores têm acompanhado esse declínio com preocupação, mas a acção concreta tem sido escassa.
O que é mais decepcionante é a inação generalizada daqueles que têm uma ligação emocional e histórica com a Escola de Nossa Senhora do Monte. Muitos emigrantes que saíram em busca de melhores oportunidades de vida têm permanecido distantes das dificuldades enfrentadas pela escola. Antigos alunos que receberam uma educação de qualidade ali parecem estar dispostos a simplesmente lamentar a situação em vez de tomar medidas efectivas. Até mesmo alguns professores aposentados, que dedicaram anos de suas vidas à escola, não se uniram para tentar reverter essa tendência negativa.
Uma das razões para essa inação é a expectativa de que o Estado intervenha e resolva todos os problemas da escola. Embora o governo tenha um papel a desempenhar na educação pública, não devemos depender exclusivamente dele para preservar instituições tão importantes quanto a Escola de Nossa Senhora do Monte. A realidade é que os recursos do Estado são limitados e a competição por financiamento é acirrada. Esperar passivamente pelo Estado é uma receita para o fracasso.
Em vez de esperar pelo Estado, é hora de a comunidade de emigrantes, antigos alunos e professores se unir e tomar medidas concretas para preservar a escola. A mobilização de recursos financeiros, a organização de campanhas de arrecadação de fundos, a promoção da escola para atrair novos alunos e a realização de eventos para sensibilizar a comunidade são acções que podem fazer a diferença.
Além disso, é importante envolver a comunidade local, mostrando-lhes o valor da escola e como ela pode ser um centro de excelência educacional e cultural para a região. Parcerias com empresas locais e outras instituições também podem ser exploradas para garantir um apoio mais amplo.
Apelamos a todos que unamos nossas forças e, de forma literal, coloquemos a mão na massa para pintar a Escola de Nossa Senhora do Monte. A restauração física da escola é apenas um aspecto do desafio que enfrentamos, mas é um passo tangível e simbólico na direcção certa.
Pintar a escola não é apenas uma questão estética; é um acto de renovação e de expressão do nosso compromisso com o seu futuro. A escola deve ser um lugar onde os sonhos de crianças e jovens são nutridos, onde as tradições são celebradas e onde o conhecimento é transmitido de geração em geração. A pintura da escola pode ser vista como uma representação visual de nossa determinação em preservar esse legado.
A pintura da escola também pode servir como um chamado à acção para a comunidade mais ampla. Quando vemos uma instituição sendo cuidada e valorizada por seus próprios membros, isso inspira outras pessoas a se envolverem e apoiarem a causa. É uma demonstração de que estamos dispostos a investir não apenas nosso tempo e recursos, mas também nosso coração e alma, na proteção do que é importante para nós.
Além da pintura física, devemos continuar a pressionar as autoridades locais e regionais por apoio. Isso inclui buscar financiamento público e parcerias com instituições educacionais e culturais. Não podemos abandonar a ideia de que o Estado tem responsabilidades neste contexto, mas não podemos depender exclusivamente dele.
Outra maneira de envolver a comunidade é organizar eventos, exposições e actividades que destaquem a riqueza da cultura local e o valor da educação. Essas iniciativas não apenas promovem a escola, mas também fortalecem os laços dentro da comunidade.
Para garantir que nossos esforços sejam bem-sucedidos, é importante estabelecer uma coordenação eficiente. Uma comissão ou grupo de trabalho dedicado pode ser formado para gerenciar os aspectos práticos, como angariação de fundos, planejamento da pintura da escola e promoção de eventos.
Em última análise, a escola é mais do que uma estrutura física; é um símbolo da nossa comunidade e do nosso compromisso com a educação e a cultura local. Pintar a escola é um acto de resiliência, amor e determinação. Devemos lembrar que somos a força que pode fazer a diferença, e é hora de agir de maneira decisiva para garantir que a Escola de Nossa Senhora do Monte continue a brilhar como um farol de conhecimento e tradição.
Nossos esforços podem inspirar outras comunidades a se unirem para proteger suas instituições fundamentais. Juntos, podemos mostrar que a acção comunitária e a determinação são os ingredientes essenciais para superar desafios e construir um futuro melhor. Portanto, vamos nos unir, pintar a escola e assegurar que ela continue a ser um lugar de aprendizado, crescimento e celebração da nossa herança cultural e educacional.
A Escola de Nossa Senhora do Monte é um tesouro educacional e cultural que não pode ser perdido devido à inacção. A vergonhosa passividade dos emigrantes, antigos alunos e professores não é apenas decepcionante, mas também inaceitável. Não podemos esperar pelo Estado para resolver todos os nossos problemas. Em vez disso, a unidade e a acção são essenciais para garantir a sobrevivência e o sucesso da escola. É hora de nos unirmos, trabalhar juntos e mostrar que somos capazes de preservar nosso patrimônio educacional e cultural para as gerações futuras. A Escola de Nossa Senhora do Monte merece nada menos do que isso.
Moises Santiago