Ainda a Regionalização - Jose Maria Neves
Sobre regionalização bastas vezes já escrevi e já disse, em livros, artigos e discursos, tendo apresentado os meus pontos de vista. Trata-se de uma questão fraturante e, aqui nas ilhas, não é diferente: na sociedade e nos partidos, as pessoas estão divididas, tornando as discussões emotivas e, como já é hábito entre nós, desde tempos antanhos, muitas vezes, insultuosas e injuriosas.
Ainda a Regionalização
Sobre regionalização bastas vezes já escrevi e já disse, em livros, artigos e discursos, tendo apresentado os meus pontos de vista. Trata-se de uma questão fraturante e, aqui nas ilhas, não é diferente: na sociedade e nos partidos, as pessoas estão divididas, tornando as discussões emotivas e, como já é hábito entre nós, desde tempos antanhos, muitas vezes, insultuosas e injuriosas.
Discussões rasas em que todos ralham e ninguém tem razão.
A democracia é difícil, complexa e subversiva, na asserção de Bobbio. Requer, pois, preparação prévia para um debate fundamentado de ideias, com respeito pela diferença. Governar é a arte de construir consensos a partir desse mosaico diferenciado de ideias e de propostas em confronto.
Prestaríamos mau serviço à nação se continuarmos a discussão de questão tão estruturante como a temos feito até aqui: sem estudos preliminares, sem concurso de gente especializada e independente, sem tolerância mútua e sem paciência para a construção de pontes e compromissos que o debate democrático exige.
Usar a regionalização como arma de arremesso político e de destruição do adversário e de busca da hegemonia política não beneficia o país. Será sempre uma vitória de pirro. A transitoriedade dos ganhos dos vencedores desta peleja só provará a falta de visão de longo prazo e de uma perspetiva do bem comum.
Estamos ainda a tempo de arrepiar caminho, de fazer estudos aprofundados da matéria e fazer um debate fundamentado sobre a regionalização, estribados nos ideais da liberdade e da tolerância e na busca incessante do bem comum.
Disse.