Apesar dos desafios o objectivo de Cabo Verde é de atingir o desenvolvimento e renda alta – primeiro-ministro
O primeiro-ministro disse hoje que Cabo Verde enquanto um pequeno Estado insular e graduado a rendimento médio tem desafios económicos, sociais e ambientas, mas salientou que o objectivo é atingir o desenvolvimento e renda alta.
O primeiro-ministro disse hoje que Cabo Verde enquanto um pequeno Estado insular e graduado a rendimento médio tem desafios económicos, sociais e ambientas, mas salientou que o objectivo é atingir o desenvolvimento e renda alta.
Ulisses Correia e Silva intervinha durante o debate geral da 74ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, e cujo tema era “Dinamizar os esforços multilaterais para a erradicação da pobreza, a educação de qualidade, a acção contra a mudança climática e a inclusão”.
“Temos os desafios do desenvolvimento que se colocam aos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, graduados a rendimento médio. O objectivo não é sair da estação de país menos avançado para ficar na estação de País de Rendimento Médio em condições de financiamento e de cooperação mais penalizantes. O objectivo é atingir o desenvolvimento e renda alta”, afirmou.
Neste sentido, o chefe do Governo cabo-verdiano defendeu que é necessário que o processo de transição tenha como meta o desenvolvimento e que os mecanismos e as condições de financiamento sejam coerentes e consistentes para lá chegar.
“A revisão do Samoa Pathway é a oportunidade para acelerar acções que possam apoiar os países insulares a desenvolverem a sua competitividade económica, promover a inclusão social, criar resiliências relativamente a sua exposição às mudanças climáticas e a outros eventos extremos, bem como para aceder a financiamentos de forma criteriosa e sustentável”, considerou.
Ulisses Correia e Silva lembrou que Cabo Verde já deu provas de alinhamento, comprometimento e credibilidade relativamente aos grandes ideais das Nações Unidas e indicou que o país está a envidar todos os esforços para implementar os 17 objectivos e as metas da agenda 2030.
“Queremos maior comprometimento ainda para atingir a estação do desenvolvimento, que é o ponto de chegada que ambicionamos”, disse salientando que para tal há um trabalho em curso, contando com a participação do governo, das empresas, das organizações da sociedade civil e dos parceiros internacionais.
Sublinhou, entanto que para as Nações Unidas, que em 2020 estarão a cumprir 75 anos de existência, assim como para cada país em particular, este é um grande momento para acelerar as acções na realização dos ODS, sem efectivamente deixar ninguém para trás.
“O tempo urge relativamente a acções concretas para inverter o sentido e a profundidade das mudanças climáticas. O tempo urge para a implementação de respostas eficazes à problemática da pobreza e suas consequências. O tempo urge para a assunção de compromissos para com a paz. Esta geração de políticos não tem todo o tempo do mundo à sua frente e, tem contas a prestar à humanidade”, alertou.
Neste sentido, indicou que Cabo Verde tem em execução o seu Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS) totalmente alinhado com a Agenda 2030 e que o país adoptou a transversalização da abordagem de igualdade e equidade de género no sistema de planeamento, no orçamento do Estado e nas políticas públicas.
Igualmente falou das medidas para garantir o direito à educação para todos através da universalização e subsidiação do ensino pré-escolar, da gratuitidade do acesso, dos investimentos feitos a nível da protecção social e cuidados dirigidos aos segmentos mais vulneráveis da sociedade como as crianças, os idosos e as pessoas com deficiência.
Ulisses Correia e Silva realçou ainda a autonomia e a autossuficiência das famílias através de políticas que promovem a criação de emprego, o empreendedorismo e a inclusão produtiva.
Falou da implementação da estratégia de água e de transição energética com o objectivo de reduzir a dependência da água das chuvas, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e melhorar as condições económicas de acesso à água e à energia por parte das populações.
“Introduzimos o primeiro dessalinizador de água do mar há 50 anos. Hoje, 70 por cento (%) da população de Cabo Verde utiliza água dessalinizada para o seu consumo. Nos próximos anos, com os investimentos em curso, atingiremos 90%”, disse apontando também para estratégias para diversificar as fontes de água para a agricultura com recurso à dessalinização, reutilização de águas residuais e massificação de rega gota a gota, associadas às energias renováveis.
O primeiro-ministro aproveitou para mais uma vez manifestar o desejo de posicionar Cabo Verde como um interlocutor útil no concerto das nações e como um aliado credível para a segurança cooperativa face à criminalidade transnacional como o tráfico de drogas, o tráfico de pessoas e o terrorismo.
Durante a sua intervenção saudou ainda a eleição à presidência da 74ª sessão, do Professor Tijjani Muhammad- Bande, da Nigéria e a aprovação de uma Resolução sobre a cooperação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).