As casas que marcaram a vida de Eugénio Tavares na Ilha Brava - Um Olhar Nostálgico

Eugénio Tavares, o renomado poeta cabo-verdiano, deixou uma marca indelével não apenas na literatura, mas também nas casas que testemunharam os diferentes capítulos de sua vida na Ilha Brava. Cada residência, impregnada de histórias e memórias, oferece um vislumbre único do homem por trás das palavras. Vamos explorar as casas que moldaram a trajetória deste ícone literário.

Nov 25, 2023 - 08:41
 0  295
As casas que marcaram a vida de Eugénio Tavares na Ilha Brava - Um Olhar Nostálgico

A casa natal de Eugénio Tavares, localizada na Rua da Cultura, antiga Rua 5 de Outubro, permanece como um elo vitalício com o poeta. Edificada por José Pedro de Sena, primeiro Capitão-Mor da Ilha Brava, por volta de 1780, a residência preserva uma arquitetura singular, mesmo após sobreviver a duas tempestades no século XX. Atualmente, pertence a Eugénio de Paula Tavares de Sena, sobrinho-neto do poeta. O legado arquitetônico desta casa é enriquecido pelo reconhecimento de Sebastião José de Sena, Comandante da Marinha Mercante Brasileira e Portuguesa, que a reconstruiu por volta de 1880.

A Casa dos "Vera Cruz" na Rua Direita testemunhou a infância e adolescência de Eugénio Tavares até o seu casamento. Propriedade do Dr. José da Vera Cruz, seu pai adotivo, e habitada também por D. Eugénia da Vera Cruz Medina e Vasconcelos, sua mãe adotiva, esta residência personifica a típica partilha de espaços familiares na Brava. Uma atmosfera que, sem dúvida, influenciou a poesia do autor, que frequentemente retratava a complexidade das relações familiares na sua obra.

A Casa da Pé da Rocha, atualmente transformada em museu, foi o lar de Eugénio Tavares por aproximadamente quatro décadas, desde o seu casamento com D. Guiomar Leça Tavares até o seu falecimento em 1930. Este espaço testemunhou o amadurecimento artístico do poeta, refletido em obras que ecoam a alma cabo-verdiana. A casa não é apenas um museu, mas um santuário que preserva a essência do homem que moldou a literatura cabo-verdiana.

A Casa de Aguada, herança paterna, era o refúgio de Eugénio Tavares. Localizada como um ninho de águias em um vale que desemboca na Praia e pequena baía de Aguada, foi cenário para momentos de solidão e contemplação da natureza. Este local, palco de encontros memoráveis com amigos, tardes de mornas e convívio, tornou-se um ponto de piqueniques e até missas campais, testemunhando uma vida plena e rica em conexões humanas.

Ao adentrar nessas casas, mergulhamos não apenas nas paredes de tijolos e pedras, mas nas páginas de uma história poética que continua a ressoar através do tempo. As casas de Eugénio Tavares na Ilha Brava não são meros locais físicos; são capítulos vivos de um legado literário que perdura, convidando-nos a explorar as camadas profundas da alma deste ilustre poeta cabo-verdiano.