As cores dos óculos partidários

. Acabo de ler a "visão e versão" de um articulista da Bravanews sobre o período Pré e Pós Eleitorais e as "possíveis" implicações após resultado caso, na óptica ou conveniência daquele, o "diabólico MpD" ganhar as eleições legislativas ou caso, na óptica ou conveniência do mesmo, o "santificado PAICV" ganhar. O teu texto é "tão inclinado" ao ponto do articulista esquecer que o PAICV despediu ou não renovou contrato com muitos funcionários e trabalhadores da Câmara Municipal da Brava ao longo dos 12 anos (2000 a 2012).

Aliás, o próprio articulista conheceu a "mão santificada" do PAICV ao ser "varido" do cargo de vereador profissionalisado. Não fez qualquer referência ao facto de a grande maioria (superior a 95%) dos Directores de escola, gestores de polo, delegados do governos e chefias de muitas instituições estatais (futuros, vítimas do MpD) serem todos do PAICV e têm condicionado e até perseguido muitos dos seus funcionários subalternos ao longo destes últimos 15 anos.

Ou será que o articulista acha que só os militantes e simpatizantes do PAICV acumulam as qualidades técnico-profissionais, experiência e perfil para ocupar tais cargos e a esta percentagem. O articulista chega ao ponto de indicar os cargos de chefias que seriam ou serão "automaticamente" substituídos caso o MpD vença as eleições. No entanto não aponta as razões porque tais responsáveis, a seu ver, são dignos merecedores de substituição ou de não confiança por parte de um Governo que não seja do PAICV.

Até me admiro apontar a substituição do Delegado da Educação que foi conduzido ao cargo por um Governo do MpD (em 1992 ou 1993). Será que o articulista reconhece o não mérito ou condutas reprováveis ou de não isenção político-partidária no exercício das funções daqueles que aponta como "merecedoras de substituições imediatas"? A meu ver, tal artigo de opinião é reveladora e caso para se dizer: "Todos nós podemos ver o que quisermos como muito bem entendermos, de óculos "amarelos (PAICV) ou verdes (MpD)". O certo é que os factos que, já são do conhecimento de todos, apontam e mostram como o PAICV tem agido nestes últimos 15 anos em que o mérito e a experiência têm sido atropelados pelo cartão de militante ou fiel afinidade partidário.

Francisco Walter de Sousa Tavares (Militante do MpD)