As guerras dentro do PAICV
Meus senhores, resolvam, a bem do vosso partido e na defesa dos interesses dos nossos concidadãos, uma proposta consensual, que evite estas “lutas internas”. Por isso, deveriam internamente aconselhar o Luís Pires a conter e aceitar uma proposta de consenso e democrática, sem imposições para o bem do Partido.
O PAICV está numa espécie de processo de implosão interna com membros da direção a trocarem acusações em público, por causa da eleição do novo líder parlamentar.
A reunião da Comissão Política do PAICV, que deve aprovar o nome do próximo líder parlamentar do partido, vai realizar-se no dia 6 de Dezembro e, segundo noticia A Nação, Rui Semedo já encontrou uma terceira via para fazer face à tentativa de “imposição” de Luís Pires, candidato apoiado pela antiga líder do PAICV, Janira Hopffer Almada.
De acordo com esse órgão de comunicação, Rui Semedo vai apresentar o nome do deputado da diáspora, eleito pelo círculo da Europa, Francisco Pereira, como proposta da Comissão Política para presidir o Grupo Parlamentar.
Se o nome de Francisco Pereira for aprovado na Comissão Política, o mesmo será submetido à votação no Grupo Parlamentar onde é bem provável que haja uma repetição da situação que levou ao chumbo de Démis Almeida, que era uma proposta que tinha sido aprovada na cúpula do PAICV.
Todo este “lavar de roupa suja” veio a público com o chumbo, pela bancada parlamentar do PAICV, do nome de Démis Almeida para líder do partido na Assembleia Nacional. Esta recusa expôs também, de uma forma clara, as divergências profundas entre o atual presidente do partido, Rui Semedo, e a anterior líder, Janira Hopffer Almada. O confronto entre dirigentes do PAICV, com membros da direcção a criticarem abertamente o comportamento de Janira, acusando-a de “deslealdade política” jamais vista “na história do PAICV”.
De certa maneiras, as negociações internas no PAICV, trazem para a praça pública todos os problemas internos e “mostram” que a Direção do partido está dividida, renegando-se para segundo plano os interesses do Partido e dos seus militantes.
Nas últimas eleições para escolher o novo líder parlamente, a comissão política escolheu o Demis Lobo e, na assembleia, foi apresentada a candidatura de Luís Pires (Djoka) que, eventualmente, terá sido patrocinada por Janira Hopffer Almada. No dia 6 há conselho nacional, sabe-se que a primeira opção é o deputado pela Europa Francisco Pereira, apontado como próximo de Janira.
No entanto, esta candidatura não conta com o apoio dos deputados, maioritariamente apoiantes de Luís Pires. Não podemos omitir que Luís Pires, num passado recente, perdeu a câmara para o MPD. O PAICV, também por disputas internas, acabou por apresentar um candidato diferente e Luís Pires decidiu concorrer, como independente. Os 2 concorrentes do PAICV acabaram por perder as eleições autárquicas, em 2016, para o MPD.
Perante o desenvolvimento desta pequena crise politica, que envolve atuais e antigos dirigentes, contribui para o desacreditar do PAICV junto os militantes e dos eleitores.
É triste deixamos o nosso ego falar mais alto e deixar “sair para fora” tais situações como foi o caso da última eleição para escolher o líder parlamentar em que os deputados votaram maioritariamente no Luís Pires. Acho que não é preciso saber quem errou ou quem efetuou as imposições, mas estou certo que estas “pequenas guerras” só demonstram uma certa fragilidade que deveria ser sanada internamente.
Meus senhores, resolvam, a bem do vosso partido e na defesa dos interesses dos nossos concidadãos, uma proposta consensual, que evite estas “lutas internas”. Por isso, deveriam internamente aconselhar o Luís Pires a conter e aceitar uma proposta de consenso e democrática, sem imposições para o bem do Partido.