Assembleia Municipal da Brava sem reuniões, críticas e suspeitas crescem a pouco mais de três meses do fim do ano

Cidade de Nova Sintra, 15 de Setembro de 2024 (Bravanews) - A poucos meses do término do ano e com as eleições municipais de Dezembro se aproximando, a Assembleia Municipal da Brava tem gerado grande preocupação e controvérsia devido à sua notável ausência de reuniões. Até o momento, o órgão legislativo não realizou uma única sessão desde o início do ano, o que tem levantado sérias questões sobre a transparência e a governança local.

Sep 15, 2024 - 15:15
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Assembleia Municipal da Brava sem reuniões, críticas e suspeitas crescem a pouco mais de três meses do fim do ano

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), principal oposição ao governo local, tem sido especialmente vocal em suas críticas. De acordo com o PAICV, a falta de reuniões da Assembleia Municipal não apenas compromete a supervisão dos assuntos locais, mas também levanta suspeitas sobre a administração do Presidente da Câmara Municipal, Francisco Tavares. A principal crítica do partido é a alegação de que Tavares estaria evitando a apresentação do relatório financeiro e das contas da administração municipal antes das eleições de Dezembro, o que poderia prejudicar a transparência e o escrutínio público.

A ausência prolongada de reuniões da Assembleia Municipal não é apenas uma questão de protocolo legislativo e legal, mas também afecta diretamente a capacidade do órgão de desempenhar suas funções de fiscalização e deliberação sobre assuntos cruciais para a comunidade. As reuniões da Assembleia são essenciais para a discussão e aprovação de orçamentos, relatórios financeiros, e políticas públicas que afectam a vida quotidiana dos cidadãos. A falta dessas reuniões pode resultar em um vácuo informativo e administrativo que prejudica a transparência e a responsabilização da gestão pública.

A situação é ainda mais alarmante considerando que estamos a menos de três meses das eleições municipais, um período crítico para a administração local e para o debate público sobre a gestão dos recursos e projectos municipais. O PAICV tem argumentado que a ausência de reuniões pode ser uma estratégia para evitar a exposição de possíveis problemas financeiros ou administrativos antes das eleições, criando um cenário em que a gestão actual não precisa prestar contas públicas de maneira adequada.

Em resposta às críticas, o Presidente Francisco Tavares já avançou que os documentos já estão prontos e que brevemente será realizada a sessão de apresentação e contas, mas sem avançar qualquer proposta de data. No entanto, fontes próximas à administração sugerem que a situação pode ser atribuída a desafios administrativos e logísticos, embora esses desafios não tenham sido claramente comunicados ao público. A falta de transparência na comunicação e na prestação de contas contribui para o clima de desconfiança que permeia a situação.

A população da Brava, por sua vez, está cada vez mais inquieta com a falta de informações sobre a administração local. Cidadãos e líderes comunitários têm solicitado uma explicação clara sobre a situação e exigido que a Assembleia Municipal retome suas atividades antes das eleições. A pressão da opinião pública pode desempenhar um papel crucial em forçar uma maior transparência e na reabertura do diálogo sobre os assuntos municipais.

À medida que as eleições se aproximam, é essencial que a Assembleia Municipal da Brava forneça clareza e restabeleça sua função de supervisão e deliberação. A transparência e a responsabilidade são pilares fundamentais de qualquer democracia, e a ausência prolongada de reuniões pode minar a confiança pública e afectar o processo eleitoral. A situação exige uma resposta rápida e uma abordagem transparente para garantir que todos os aspectos da gestão municipal sejam devidamente discutidos e avaliados antes do pleito de Dezembro.