BCV: PR defende revisão da política salarial do Estado para evitar “incongruências e injustiças gritantes”
O Presidente da República defendeu a revisão da política salarial do Estado para evitar “incongruências e injustiças gritantes” e para evitar também “pôr em crise” todo o sistema de mérito que deve nortear o funcionamento do Governo.
José Maria Neves avançou com esta sugestão em conferência de imprensa para falar sobre o 31º aniversário da Constituição da República, que se assinalou hoje, quando foi instado a pronunciar-se sobre a questão do reajuste salarial do governador e administradores do BCV em cerca de 17 por cento (%).
“Esta é uma decisão administrativa do Governo, uma resolução de Conselho de Ministros nem se quer passa pela homologação do Presidente da República”, esclareceu o chefe do Estado, reafirmando que vai manter o hábito de “não comentar” decisões específicas do Palácio da Várzea.
“Mas, o que eu devo dizer é que em Cabo Verde temos de revisitar a política salarial do Estado, para evitar incongruências e injustiças gritantes e também para não pêr em crise todo o sistema de mérito que deve nortear o funcionamento do Governo”, afirmou.
José Maria Neves acrescentou ainda que é necessário revisitar esta política salarial, de modo a encontrar “uma política salarial mais adequada” para o desenvolvimento do país que todos almejam e igualmente “pôr de pé” uma administração com base na meritocracia, evitando assim que haja “disparidade” e ponha em crise o “ideário da justiça social” que se quer construir em Cabo Verde.
O Governo justifica os aumentos de 17% e 18% nas remunerações do governador e administradores do banco central, respetivamente, com a necessidade de corrigir desequilíbrios internos.