Binter-CV: Trabalhadores denunciam clima de tensão e ameaças por parte da gerência
A maioria dos funcionários da Binter Cabo Verde (Binter-cv) não está a trabalhar com a satisfação desejada nem com boa vontade, mas permanece na empresa sofrendo porque não tem para onde ir. A denúncia parte de um grupo de trabalhadores que, através de um porta-voz, procurou o Asemanaonline para alertar a forma alegadamente autoritária como o Director-geral vem dirigindo a empresa. Por isso, os contestatários pedem a intervenção urgente das autoridades nacionais, principalmente a Inspeção Geral de Trabalho e a Agência da Aviação Civil, para a fiscalização do «ambiente laboral tenso» que se vive na mesma companhia, caracterizado por alegadas ameaças e tratamento supostamente discriminatório a trabalhadores.
A maioria dos funcionários da Binter Cabo Verde (Binter-cv) não está a trabalhar com a satisfação desejada nem com boa vontade, mas permanece na empresa sofrendo porque não tem para onde ir. A denúncia parte de um grupo de trabalhadores que, através de um porta-voz, procurou o Asemanaonline para alertar a forma alegadamente autoritária como o Director-geral vem dirigindo a empresa. Por isso, os contestatários pedem a intervenção urgente das autoridades nacionais, principalmente a Inspeção Geral de Trabalho e a Agência da Aviação Civil, para a fiscalização do «ambiente laboral tenso» que se vive na mesma companhia, caracterizado por alegadas ameaças e tratamento supostamente discriminatório a trabalhadores.
A situação laboral na Binter-CV está em polvoroso. Segundo denuncia alguns trabalhadores, está tenso o clima de diálogo e relacionamento entre o colectivo e a administração da sociedade. «Não há como conseguir um diálogo que traga melhores benefícios aos trabalhadores. O Director-geral é um pesadelo para qualquer funcionário desta companhia aérea. Quando entra no escritorio parece um coronel que se dirige a uma caserna. O Director-geral do Binter-CV humilha, espanta, ameaça, desrespeita trabalahdores e até joga papéis na cara de alguns como sinal de desprezo», faz questão de realçar o porta-voz do grupo, que pediu anonimato por medo de represálias.
Diante de tudo isto, diz a mesma fonte, num documento remetido a este diário, que o ambiente laboral na empresa está difícil neste momento. «O clima é de tensão, às vezes, e o ambiente de trabalho está cada dia mais difícil. O pior é que hoje temos alguns colegas cabo-verdianos a ‘merdiarem’ uns aos outros para serem reconhecidos pelo Director como bons trabalhadores e pessoas que merecem o seu apoio».
Além de criticas à directora de Marketing em termos de desempenho profissional e relacionamento interpessoal, o interlocutor deste jornal contesta a postura do director financeiro, que acumula as funções de director de recursos humanos e de director-geral substituto. « O sector financeiro e os recursos humanos são os piores em matéria de tratamento dos assuntos dos funcionários. Imagina uma empresa onde o diretor financeiro é, ao mesmo tempo, director dos recursos humanos, em que, para além de acumular dois cargos incompatíveis na mesma companhia aérea, desempenha a tarefa de Director-geral substituto quando este se encontra ausente – acontece com frequência».
Manutenção e alegada exploração de quadros nacionais
O grupo diz, por outro lado, estar preocupado com o tratamento alegadamente discriminatório que a companha vem dando a quadros nacionais, que, na sua opinião, estão supostamente a ser vítimas de exploração, atendendo o baixo custo de mão-de-obra nacional contratado.
« Nos aeroportos, principalmente no da Praia, colegas nossos das vendas e da manutenção são os mais explorados e tratados como lixo. O director da manutenção, que veio da TACV, deixa muito a desejar. Imagine todos os meses trazem técnicos das Ilhas Canárias para prestarem serviços na área de manutenção, em que estes custam 15.000 euros cada à Binter. Além de receberem esta exorbitante quantia, têm outras mordomias como hotel pago, viatura alugada, internet paga e piscina com bar aberto, entre outras regalias assumidas pela Binter-CV. Para complicar mais o filme, os técnicos das Canárias só trabalham à noite durante um curto espaço de tempo. Já os mecânicos cabo-verdianos recebem 30.000$00 mensais e executam tarefas de risco. Eles trabalham sem motivação e concentração necessária que a profissão exige, por estarem descontentes com essa situação. Um facto que pode pôr, às vezes, em risco a própria segurança das aeronaves», adverte.
Para o interlocutor deste jornal, a Binter Cabo Verde não investe na formação do seu pessoal como uma estratégia, porque só assim pode manter os trabalhadores cabo-verdianos presos à empresa, prestando um serviço a baixo custo. «Alguns colegas nossos já pediram demissão e outros admitem seguir o mesmo caminho», avisa.
Atendendo o quadro descrito, o grupo que procurou este diário apela às autoridades nacionais para uma fiscalização rigorosa das actividades da Binter-cv. «Apelamos às autoridades competentes, principalmente à AAC, para fazerem uma profunda investigação à empresa a fim de conhecerem a nossa situação. Suplicamos também ao Governo, na pessoa do sr. Primeiro Ministro, Dr. Ulisses Correia e Silva, para que faça algo por nós, porque o seu filho (aviador) também é nosso colega e o futuro dele pode estar em jogo», conclui o grupo de trabalhadores referido.
Entretanto, por causa dos feriados de fim do ano e o adiantado da hora do fecho desta edição, não nos foi possível ouvir a Binter-CV. Contamos retomar essa matéria logo que possível, ouvindo as reacções da gerência sobre as críticas referidas, caso esta assim entender.