Binter negava entrar em Cabo Verde com uma empresa aérea do Estado a concorrer com eles – ex-gestor da TACV
O ex-gestor da TACV, João Pereira Silva, disse hoje que dirigentes da Binter lhe haviam garantido que não entrariam em Cabo Verde numa situação em que houvesse uma empresa cabo-verdiana do Estado “em concorrência com eles”.
O ex-gestor da TACV, João Pereira Silva, disse hoje que dirigentes da Binter lhe haviam garantido que não entrariam em Cabo Verde numa situação em que houvesse uma empresa cabo-verdiana do Estado “em concorrência com eles”.
João Pereira Silva, que conduziu os destinos da TACV-Cabo Verde Airlines no período compreendido entre 2012-2016, fez esta revelação durante a audição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para apurar a verdade sobre a gestão da transportadora aérea nacional desde 1975 a esta parte.
O antigo presidente do conselho de administração da TACV explicou, ainda, que esteve a negociar com o presidente da comissão executiva da Binter a possibilidade de uma cooperação entre as duas companhias aéreas e que esteve sobre a mesa a possibilidade de a Binter entrar no capital social da Cabo Verde Airlines.
“Não se avançou porque a Binter colocou como condição, se ficasse com mais de 50 por cento (%) do capital da TACV e, portanto, para ficar em situação do domínio da companhia”, precisou João Pereira Silva.
Segundo ele, na altura, pôs o primeiro-ministro a par das exigências feitas pelos responsáveis da Binter, mas José Maria Neves lhe garantiu que não aceitaria uma empresa de capitais estrangeiros em situação de monopólio no mercado doméstico.