BOTA LUME EM TUDO! EM TUDO, MENOS NOS CRIMES DO 31O, CUJO PROCESSO ESTÁ PARA SER JULGADO!

Sem bazofaria minha gente, posso afirmar que conheço as peripécias e o trajecto politico do JMN quase como conheço as palmas das minhas mãos. Pode até negar, mas ele também conheceu uma boa parte da minha trajetória política. Fomos amigos de perto. Trocamos livros e conhecimentos enquanto reinava a nossa amizade.

Mar 12, 2025 - 14:50
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BOTA LUME EM TUDO! EM TUDO, MENOS NOS CRIMES DO 31O, CUJO PROCESSO ESTÁ PARA SER JULGADO!
Ele na JAAC-CV e eu na ASSOCIAÇÃO DOS ESTUDANTES DO LICEU DA PRAIA. Isto tudo até ao momento do espurco violento! Até à ordem do Paicv para a extinção política da Associação dos Estudantes - na qual o JMN teve um papel relevante! Vários e profundos foram os confrontos políticos entre estas duas instituições. De resto, 1979 foi um período rico em crimes e perseguição cometidos pelo Paicv no país. O processo da Brava, contra a minha pessoa e a pessoa do ex-Presidente Jorge Carlos Fonseca. A saída do Paicv e do Governo do chamado e inventado grupo “trotskista” e depois a violência e perseguição que se seguiram contra eles. E outros casos que o espaço não me permite aqui expor. E não foi acaso nenhum que os arquivos da antiga Polícia Política desapareceram e nunca mais apareceram. E ninguém fala desse crime! Os arquivos são do Estado de Cabo Verde e não do Paicv!
Depois pela primeira vez sob os ombros da liberdade, nas eleições de 13 de Janeiro de 1991, voltamos a confrontar (eu e o JMN) outra vez em Assomada , Santa Catarina de Santiago. Estava eu como responsável da campanha do MPD em Santa Catarina. E ele constava em segundo lugar da lista do Paicv para as legislativas de 1991. Na altura, Santa Catarina tinha 7 deputados. Ganhamos por 6-1. Foi eleito David Hopffer Almada por uma margem mínima de votos, mas JMN foi chumbado, não foi eleito. Foi a primeira derrota política do JMN, ainda por cima numa disputa no cutelo onde nasceu.
Todavia, no tempo da JAAC- CV, em 1979, ele me surpreendeu com uma funda facada nas costas! Uma facada com faca afiada e que poderia mudar a minha vida, meu futuro e meus sonhos! Ele participou na elaboração do criminoso relatório da JAAC-CV, o qual serviu de base para que o Paigc (governo) não nos atribuisse bolsas de estudos, para a formação superior no estrangeiro. Foi um momento negro e bárbaro para JMN: ter participado no processo de cortes de bolsas de estudo a jovens como ele! Foi o desabar de um sonho! Carlos Reis (Ministro de Educação) e Pedro Pires (primeiro-ministro) é que formalmente tomaram essa criminosa decisão.
Conheço o José Maria Neves razoavelmente bem. Ele era de Pedra Barro da Assomada de Santa Catarina e eu vivi por muito tempo no Cutelo da Assomada, com uma fronteira apenas com metros de distância. Entretanto, o convívio mais intenso entre nós foi no Liceu da Praia. José Maria Neves não é tanto assim flor que se cheira. Mesmo para com os seus camaradas de partido. Muitos do Paicv odeiam o JMN. No ano 1979, ele ajudou a lixar o futuro e sonhos de muitos jovens de Cabo Verde.Ele, a Polícia Política, a JAAC-CV e sobretudo o Ministério de Educação (Ministro Carlos Reis) estiveram envolvidos no processo da minha expulsão do Liceu da Praia, estando eu ainda na flor de idade. Felizmente a expulsão não se consumou devido à intervenção oportuna e corajosa da professora de história Lídia Fragoso e do então Reitor do Lideu da Praia, Henrique Oliveira, o nosso amigo Djik da Brava. Foram eles que me salvaram da expulsão, enfrentando com verdade o então poderoso Ministro de Educação, senhor Carlos Reis. Apesar de todas essas peripécias, sinceramente,,eu não guardo ódio de ninguém. Para mim, entendo essas peripécias, como o custo da luta pela liberdade. Quem me obrigou a percorrer esse caminho? Mas, de arrependimento guardo um zero. Valeu a pena!
Confesso-vos que passei algum tempo procurando a interpretação das atitudes maldosas do JMN, pois que por muito tempo fomos bastante amigos. JMN tentou tirar o sonho e futuro a dezenas de jovens, na altura, da sua idade! É por isso que ele costuma dizer: “Esqueçamos do passado!”! Essas e outras histórias foram sempre ocultadas!
Ironia da história: ele teve duas bolsas de estudo (Portugal e Brasil) e eu e muitos outros jovens fomos penalizados, pela única razão de não aceitarmos o salgado e duro regime do partido único. Contudo, não me arrependo em nada. O povo conquistou a liberdade e lutou pela democracia. Os ganhos disto são evidentes. Isso é que conta mais.
JMN gosta de confusão (traição) desde do tempo da JAAC. Não se importa de fazer rolar lágrimas de sofrimento na face dos seus opositores! E pelo único fim: o poder! A luta pelo poder mudou completamente o meu amigo JMN. Sempre foi super ambicioso! Queria sempre ocupar lugar de destaque. Na altura, dizia ele que o seu Deus político era, “camarada Pires”! Mais tarde, também brigou com Pedro Pires e foi agredido pelos fanáticos deste num Congresso do Paicv, na casa-de-banho do local. Lutou sempre para ser o galo único do poleiro!
Mas, neste chão de Cabo Verde, onde brota da terra seca a liberdade, o único galo do poleiro deixou de existir com a morte súbita do regime de partido e com os princípios plasmados na Constituição de 1992.
Em 2011, arranjou uma bruta guerra entre Manuel Inocêncio/Aristides Lima, apelidando os apoiantes de Aristides de ratos. Os reflexos dessa guerra ainda se refletem hoje no Paicv. Em 1991, arranjou uma guerra com jovens de Santa Catarina de Santiago, chamando-os de “drogados e burros na ladeira”! Promoveu durante anos guerra aberta e feia contra a Janira Hopffer Almada, a quem em privado chamava de “peixeira”! Orquestrou guerra eterna contra o chamado Grupo de Reflexão (Filú, Júlio Correia e muitos outros), os tais intriguistas, ratos e conspiradores, segundo as palavras do José de Pedra Barro. Contra esse grupo JMN disse e ficou registado: “Ninguém ganha uma eleição no Paicv contra a vontade do seu Presidente (ou seja contra JMN).
A grande guerra em curso entre Francisco e Nuías teve as mãos ocultas e duras e eficientes do JMN, usando como sempre todo o poder da instituição da Presidência da República. Todos sabem disso, Nuías não ia longe, não fosse o apoio visível e invisível do JMN. Apoio em todos os sentidos! Vejam, com olhos atentos, a confusão que JMN volta criar dentro do Paicv! Foi singular promotor (e vai continuar a sê-lo) da guerra permanente contra o Governo de UCS. O maior opositor vivo e conhecido deste Governo é sem duvidas o JMN. Chegando a levar o SOFA ao Tribunal e perdeu o caso! Chegando a ser contra a construção da nova Embaixada dos EUA em Cabo Verde! Numa guerra de desgaste, vetou e levou ao Tribunal o PCFR dos professores e felizmente volta a perder o caso. Coordena e articula as suas vozes com a cúpula do Paicv e de certos sindicatos. É um Presidente da República que não aprendeu a ser Presidente da República. Porque quer continuar a ser o líder oculto do Paicv, para derrubar o MPD.
E agora, meu Deus, sem necessidade, quer endurecer a sua faca de guerra! E agora, meu Deus, o cenário é pior e perigoso! E agora quer usar a sua afiada faca de guerra, para dividir a Nação ao meio e reviver as políticas coloniais do antigo e maldito bairrismo entre as ilhas! E agora, meu Deus, quer incendiar o país, porque à força, com uma explosão egocêntrica, inqualificável, ele e um pequeno grupo de super sábios, que são mais ideólogos do que linguistas, querem impôr, custe o que custar, a oficialização do crioulo! E diz ele isso tem de ser agora - ao belo gosto da Sua Majestade, do ego deslumbrante e ambicioso da Sua Majestade- na comemoração dos 50 anos da independência.
E, finalmente, “last but not least”, não dá para esquecermos o que JMN fez contra Carlos Veiga - o homem que foi primeiro-ministro da República. Ofendeu fundo e feio Carlos Veiga num debate televisivo em directo. Chamou Carlos Veiga de “corrupto”, de “ladrão”, invocando o tão badalo 2 milhões de dólares do caso da Enacol, e disse, espumando-se de ódio, que Carlos Veiga recebeu suborno do CÉSAR DO PAÇO, ex-Consul Honorário de Cabo Verde em Florida, EUA. E agora num jogo da vergonhosa hipocrisia: vem com o “champion” da democracia em homenagem a Carlos Veiga? São acusações gravíssimas, que tocam e mancham as personalidades, e Carlos Veiga deveria levar o JMN às barras dos Tribunais. Como também em 2006, no dia das eleições, em directo para a Televisão Pública, sem pudor, sem sentido de Estado, afirmou publicamente que o MPD estava a ser financiado pelo tráfico de droga internacional. Alguma vez as autoridades judiciais procuraram investigar as dezenas de crimes públicos deste senhor, que pensa ser dono de tudo isto? É pena as autoridades e os políticos que temos!
E no meio de todo este lamentável e criminoso lamaçal, em processo de repetição permanente, onde pairam os processos sobre o maior escândalo da história de Cabo Verde: os famosos crimes do 310?