Brava: A família não está sendo colocada no centro – Frei Euclides Pires

O pároco da ilha Brava Frei Euclides Pires considerou hoje que a família não está sendo colocada no centro e o conceito tradicional está sendo perdido, demonstrando que estamos realmente numa “crise familiar” nos dias de hoje.

May 16, 2019 - 05:07
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Brava: A família não está sendo colocada no centro – Frei Euclides Pires

O pároco da ilha Brava Frei Euclides Pires considerou hoje que a família não está sendo colocada no centro e o conceito tradicional está sendo perdido, demonstrando que estamos realmente numa “crise familiar” nos dias de hoje.
Euclides Pires falava à Inforpress, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Família, celebrada hoje, onde o mesmo deixou claro que pensar e falar da família é “muito delicado”.

Para o padre, partindo do conceito que se tem hoje da família, d princípio e da ideologia da família tradicional constituído pelo homem, mulher e filhos, “vemos que cada um dá um conceito de família”.

Pois, segundo o sacerdote, hoje está-se a constatar que a família “está partindo” para outras direcções e logo assim, “podemos considerar que estamos perante uma “crise da família”, tendo em conta que estamos a perder”o conceito da família”.

“Hoje, estamos vendo dois homens ou duas mulheres reivindicando o direito de formarem família e isto é um primeiro ponto de partida que a crise está e de que forma, porque não estamos direccionados ao conceito da família”, disse o sacerdote, acrescentando que um outro ponto visível, é que o mundo que temos está “mais acelerado”.

Antigamente, lembrou, havia o sentido mais matriarcal, onde a mãe tomava a responsabilidade da família e o pai tinha a responsabilidade de procurar o sustento, mas hoje todos procuram o sustento e perdem assim a presença tendo em conta que o próprio ritmo do dia-a-dia “não permite”.

Tendo em conta estas mudanças, os filhos estão criando com um conceito diferente daquilo que foi transmitindo anteriormente, e para “tentar suprimir” a ausência, os pais estão oferecendo os filhos meios tecnológicos e o tempo de dialogar entre eles é cada vez mais pouco, o que leva muitos pais a darem conta que os filhos estão no caminho errado após acontecer algo grave.

Neste quesito, referiu uma carta de João Paulo II, escrita em 1981, com o título “Família torna-te aquilo que és”, que, segundo Euclides Pires, reflecte há muitos anos atrás as crises que estamos tendo a nível familiar e o mesmo apontou que a família, além de ser uma célula vital da sociedade, é a que também dá sustento à sociedade.

Mas, de acordo com a mesma fonte, na altura não foi bem aceite, mas agora está-se dando conta que a própria família não está sendo colocada no centro, porque outras políticas estão sendo periodizadas .

Em relação aos meios tecnológicos e a sua influência nas famílias, o frei deixou claro que sempre defendeu que os meios tecnológicos “são sempre úteis e bem-vindos”, pois é um sinal de progresso humano. Mas quando começa a “criar” desestruturação na família, deixa de ser um progresso no sentido positivo, mas sim destrutivo.

“Os meios tecnológicos não são úteis porque não sabemos usá-los, pois, são construtivos e informativos, mas somos nós os seres humanos é que devemos ter a capacidade de racionar e utiliza-los da melhor forma”, reforçou o pároco.

Além dos aspectos apresentados, apontou a ideologia política como um dos motivos da referida “crise familiar”, acrescentando que essa sua opinião pode ser exagerada, mas é a sua visão e análise.

Justificando a sua opinião com o facto de a sociedade depender muito da política, o que dá também uma determinada estrutura a uma sociedade.

“A crise familiar parte também da ideologia de quem governa o nosso povo. Se os governantes não têm um bom conceito da família, e não sabem o que querem transmitir a uma sociedade, acabam por contribuir para a sociedade enveredar para certos caminhos”.

Perante os facto, o frei pede às famílias para tentarem e procurem “recuperar o próprio sentido da família, pensando, reflectindo e vendo qual os seu verdadeiro papel”.

Além disso, pede aos políticos que “peguem na consciência e vejam que é um assunto sério, porque uma sociedade sem uma família bem estruturada não se desenvolve”, finalizou o pároco.