Brava: ACLCC faz “balanço positivo” do dia e meio de trabalho na ilha

Em declarações à imprensa, Cornélia Pereira avançou que a missão na Brava iniciou na localidade de Furna na tarde do dia 29, com consulta de rastreio de cancro de mama, útero e próstata.

No dia 30, estiveram o dia todo na Vila de Nova Sintra, nomeadamente na Delegacia de Saúde da Brava, com uma boa participação tanto de homens como de mulheres, embora mais de mulheres do que homens, onde atenderam pessoas de quase todas as localidades da ilha, desde Cachaço, Baleia, entre outras localidades distantes.

A previsão desta campanha na Brava, segundo esta responsável, é atender 300 mulheres, numa campanha que ainda vai continuar até a próxima quinta-feira, e até este momento já foram atendidas 140 mulheres na vertente do colo uterino, 72 na palpação da mama, e mais de 80 homens.

Para alcançar os resultados traçados, informou que a equipa da delegacia vai dar continuidade aos rastreios, sobretudo do colo de útero e de mama, e os resultados serão depois encaminhados à ACLCC.

Dos resultados já obtidos, Cornélia Pereira evidenciou que a equipa parte satisfeita com a missão, enaltecendo o esforço dos voluntários da equipa e dos profissionais da Delegacia de Saúde da Brava.

A responsável anunciou que a ideia é diminuir o tempo dessas missões para a ilha e na próxima, o desafio que a equipa possui pela frente é descentralizar, ou seja, em vez de ficar na Cidade de Nova Sintra, procurar pelo menos trabalhar em Nossa Senhora do Monte e abranger todas as zonas e arredores desta freguesia.

Cornélia Pereira aproveitou para agradecer não só os membros da equipa e da Delegacia de Saúde pelo engajamento, mas também outros parceiros como a câmara municipal, o Programa Nacional de Prevenção e Controlo do Cancro, as Nações Unidas, a CV Telecom, entre outros.

Quanto a uma previsão para o envio das respostas, a responsável destacou que isso vai depender das demandas dos laboratórios, prevendo assim um período que compreende entre um a dois meses para os do colo uterino, sublinhando que o exame do PSA pode ser mais rápido.

Por seu turno, Benvindo Lopes, urologista, relembrou a sociedade de que existe um ditado popular que diz “melhor prevenir do que remediar”, aproveitando para lembrar aos bravenses de que “a prevenção é a chave do sucesso para a saúde de qualquer indivíduo”.

E, esta prevenção, conforme evidenciou, inicia desde os hábitos de vida saudável e fazer um controlo de saúde de forma regular, reforçando que em todas as fases da vida a pessoa tem de estar atenta à sua saúde, justificando que “somos um produto daquilo que consumimos, da forma como vivemos e sempre devemos estar com a prevenção na linha da frente”.

Quanto ao cancro da próstata em si, pede aos homens para diminuírem o preconceito em relação a esta prevenção, sublinhando que esta é feita através de exames de rotina, nomeadamente, o toque rectal e exame do PSA, a partir dos 40 anos.

“Existe alguma resistência e preconceito de forma global para fazer estes tipos de exames e na Brava em concreto, o problema também é a questão do acesso em ter médicos urologistas para fazer exames de forma a diagnosticar a doença ainda na fase inicial”, realçou, pedindo aos homens que procurem sempre os serviços médicos para fazer check-up, mas também que, sempre que for possível, procurem um especialista.

A missão, que se enquadra no 16º aniversário da ACLCC iniciou na ilha do Fogo no passado dia 28 de Julho, no dia 29 e 30 deu-se continuidade na Brava, nos dias 02 e 03 de Agosto a iniciativa centra actividades no município dos Mosteiros e nos dias 04 e 05 de Agosto, de novo em São Filipe, com as vertentes colo uterino, mama e próstata, segundo a presidente.

A missão é integrada por dois urologistas e um ginecologista, além da presidente da ACLCC e conta com a colaboração de profissionais de saúde dos quatro municípios da região.