Brava: Aisha Vicente – uma jovem que viu na ilha uma oportunidade de negócio e um “paraíso” para aproveitar a vida
Aisha Vicente é uma jovem de 35 anos, filha de pais cabo-verdianos, nasceu e criou nos Estados Unidos da América até os 33 anos, idade em que resolveu vir para Cabo Verde adoptando um novo estilo de vida.
Aisha Vicente é uma jovem de 35 anos, filha de pais cabo-verdianos, nasceu e criou nos Estados Unidos da América até os 33 anos, idade em que resolveu vir para Cabo Verde adoptando um novo estilo de vida.
Esta jovem, em conversa com à Inforpress, contou que nos EUA tinha uma vida “muito cansada e stressada”, trabalhava 50 a 60 horas por semana, ficava sem tempo para viver e conviver com os familiares e amigos.
Passando muitos anos nesta situação, tendo em conta que os seus pais tinham uma casa na Brava, onde sempre fizeram planos de que ao se reformarem regressariam para trabalhar no turismo, Aisha Vicente decidiu antecipar e veio investir na ilha dos pais.
“Quero ter uma vida normal. Trabalhar e ter tempo para aproveitar o que de bom a vida tem para nos oferecer. Conviver com os amigos, ter tempo para descansar, criar a minha família”, disse a mesma fonte, adiantando que para isso, a única solução que encontrou foi viver aqui em Cabo Verde.
Chegando na ilha Brava pegou da casa dos pais e transformou-a numa pensão. A Vila Vicente, constituída por quatro quartos suites e a diferença é que quer que a sua pensão seja uma casa familiar.
“Quero que quando alguém vem cá passar um final de semana ou uma noite que seja, que se sinta em casa, em família mesmo”, salientou a proprietária.
Questionada como funciona os seus serviços, Aisha Vicente explicou que além de alugar os quartos, o serviço de pequeno-almoço e de almoço para quem desejar, o preço que é praticado já inclui logo o serviço de transporte cais – pensão e cais no dia de regresso.
Além disso, acrescentou que quem quiser dar volta à ilha para “conhecer e desfrutar da beleza e tranquilidade” da Brava, há também um pacote para isso.
Ainda, na sua pensão disponibiliza uma professora que trabalha com os seus hóspedes, ensinando-lhes a língua crioula, e até há uma cozinheira que ensina os hóspedes a confeccionarem pratos típicos da ilha.
Sobre o número ou a taça de procura, Aisha Vicente adiantou que tem tido “muito sucesso”, recebendo turistas de diversas partes da Europa e das outras partes do mundo, acrescentando que, já recebeu vários cabo-verdianos de outras ilhas na sua pensão.
Na sua pensão, tudo o que consomem em termos de legumes e verduras possui sempre o cuidado de verificar se é um produto saudável ou se é produto que cresceu devido a aplicação de adubos.
Para garantir isso, Aisha Vicente está aproveitando os lotes de terrenos que existem nos arredores da casa para cultivar verduras e legumes, pois, conforme a mesma, nos EUA quase nada é saudável e não se sabe como é produzido.
“Aqui eu quero oferecer aos meus hóspedes ou visitantes um pouco de tudo, mas de forma mais saudável possível”, elucidou.
Segundo a proprietária, desde que regressou, teve a oportunidade não só de trabalhar e ganhar dinheiro, mas também de levar uma vida mais “descontraída”, trabalhando para si mesmo e até já visitou quase todas as ilhas do país, excepto São Nicolau.
Neste sentido, salientou que não há nada melhor do que se sentir de boa com o interior, porque, trabalhar somente para adquirir bens e viver no luxo “isto não é vida”.
“Aos jovens, peço-lhes que procurem bem no seu interior, que se encontrem a si mesmo e que façam algo que gostem, que levam jeito. Mas, que não fiquem esperando por milagres porque isso não acontece”, finalizou Aisha Vicente.
MC/CP
Inforpress/Fim