Brava: Antropóloga portuguesa fez voluntariado na área ambiental e vai da ilha “satisfeita”

Francisca Pinheiral, de 23 anos, natural de Lisboa, é licenciada em antropologia, que através do desejo em praticar o voluntariado e uma publicação do facebook, veio parar na ilha Brava, na associação Biflores.

Dec 15, 2019 - 12:50
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Brava: Antropóloga portuguesa fez voluntariado na área ambiental e vai da ilha “satisfeita”

Francisca Pinheiral, de 23 anos, natural de Lisboa, é licenciada em antropologia, que através do desejo em praticar o voluntariado e uma publicação do facebook, veio parar na ilha Brava, na associação Biflores.

A Inforpress foi conversar um pouco com a Francisca, que está aqui desde o mês de Setembro, mas que viaja já na próxima semana para o seu país de origem, com o sentimento de “gratidão e de dever cumprido”.

Questionada sobre como veio parar aqui em Cabo Verde e sobretudo na ilha Brava, entre risos, esta contou que foi um “cruzamento” de muitas coisas diferentes.

Pois, segundo a mesma, sempre queria fazer o trabalho de voluntariado e muito na área da conservação ambiental, apesar de ser licenciada em antropologia que é mais ligada ao comportamento humano.

“Sempre achei interessante ligar isso, a componente humana com uma componente ligada ao ambiente”, disse a voluntária da Biflores, acrescentando que o seu desejo é fazer um mestrado ligado ao ser humano e o ambiente.

E o mais curioso, é que relevou que chegou na Brava através de uma publicação do Facebook que a sua irmã viu na página de um colega de universidade, enviou-a para partilhar com alguém que tivesse interessado.

Neste caso, a pessoa interessada foi mesmo a Francisca, que disse que logo que viu a publicação não teve receios e se candidatou.

“Achei que vir para a ilha Brava perceber como é que os projectos de uma organização não-governamental (ONG) funcionam era a melhor coisa a fazer e além disso, Cabo Verde sempre foi um país que quis visitar”, contou a jovem.

A antropóloga considerou interessante, de como uma publicação tornou-se realidade.

“Inicialmente não sabia o que esperar, porque não encontrei muitas coisas, sobre a ilha Brava e nem quis muito aprofundar para ser um pouco surpreendida quando chegar aqui”, disse a jovem, adiantando que queria ser surpreendida, facto que se “concretizou, pelo clima, a população, as aprendizagens, entre outros factores.

Quanto a associação Biflores, pronunciou que foi muito interessante, uma vez que a associação ainda se encontra numa fase embrionária, tendo acompanhado os vários passos para criar e torná-la uma organização “estável e consistente”.

Realçou que também teve a oportunidade de ver como é que os projectos são associados ao “fortalecimento” do espaço e da equipa, contactar com as entidades em Inglaterra, conseguiu ver como é a colaboração entre várias organizações, além da parte lúdica que recebeu através da convivência com a população bravense.

Na associação, informou que concentrou muito no projecto terrestre, na fase de preparação, a fazer contactos, falar com as populações locais, alunos, com palestras, além de ter participado na fase de pesquisa científica, onde aprendeu como construir um viveiro e como passar esse conhecimento a população.

Entretanto, a parte terrestre não a impediu de aprender “muito” sobre a vida marinha, começar a perceber mais sobre a variedade destas espécies, a conservação, compreender como é que a relação entre todas é essencial para um desenvolvimento sustentável.

Com tudo isso, disse convicta de que tentou colocar na prática o conhecimento teórico que possuía da parte humana e da Brava, vai levar “o sentido de calma, porque em Lisboa estamos sempre em stress e percepção de que as coisas acontecem ao seu tempo”.

Não obstante a bagagem acolhida das relações com a população e do clima, Francisca diz levar “muito conhecimento em relação a biodiversidade que não possuía antes que vai beneficiar no futuro académico, uma consciência pela rede sensível pelos seres vivos, e uma experiência de falar com os outros sobre temas que estes já possuem anos a trabalhar mas que precisam da parte de sensibilização”.

MC/CP

Inforpress/Fim