Brava: Associação Biflores quer aumentar campos forrageiros e trabalhar num pastoreio sustentável
A associação Biflores está a trabalhar em algumas estratégias para aumentar os campos forrageiros para a produção de ensilagem e assim trabalhar num pastoreio sustentável para a ilha Brava e depois partilhada a nível nacional.
A associação Biflores está a trabalhar em algumas estratégias para aumentar os campos forrageiros para a produção de ensilagem e assim trabalhar num pastoreio sustentável para a ilha Brava e depois partilhada a nível nacional.
A informação foi dada à Inforpress pelo técnico Vani Furtado, realçando que este projecto de pastoreio sustentável é o primeiro no País, mas que já não é somente do conhecimento dos bravenses, destacando que a participação na Feira Agropecuária de Cabo Verde 2023, deu uma maior visibilidade ao projecto, que mais tarde, após ser implementado na Brava vai ser partilhado com as outras ilhas.
Segundo o mesmo, neste projecto, a associação ambiental vai procurar utilizar os recursos que têm na ilha para transformar em alimento para os animais, que pode ser armazenado por mais tempo com qualidade e em quantidade, mas também começar a conscientizar os criadores de que é preciso arranjar soluções e alternativas para diminuir e quiçá erradicar com o tempo, a prática do pastoreio livre.
Entretanto, o técnico deixou claro que a ideia não é sensibilizar os criadores para deixarem de praticar o pastoreio livre de uma hora para outra, pois sabem que não é um processo fácil.
Daí, informou que a Biflores tem trabalhado no processo da ensilagem e silagem de bagaço e de outras plantas forrageiras, que permitem os criadores ter um stock de pasto para os animais, e mostrar-lhes que é possível sim, ter uma criação de gado com resultados satisfatórios sem a prática do pastoreio livre.
Este ano, para dar continuidade ao processo, enfatizou que vão organizar com os pastores, no sentido de trabalharem em parceria, e desenvolver outros tipos de forragens, pensando em aproveitar os terrenos que hoje já não são cultivados nas zonas mais altas e frescas, exemplificando com Campo das Fontes, para criar uma grande quantidade de forragem, fazer a silagem e partilhar com os criadores.
Assim, Vani Furtado sublinhou que se consegue ter a sustentabilidade do pastoreio e minimizar a situação da erosão, perdas da biodiversidade, o que também vai provocar uma mudança da atitude em relação ao ambiente e começa-se assim a trabalhar para o equilíbrio do ecossistema.
Quanto à participação na Feira Agropecuária de Cabo Verde 2023, diz acreditar que a mensagem foi passada aos visitantes, tendo em conta os conteúdos que apresentaram, e depois ter surgido a oportunidade de apresentar este projecto a alguns criadores em Santa Catarina, na ilha de Santiago, uma iniciativa que a câmara municipal local comprometeu-se em dar seguimento e trabalhar na divulgação massiva junto dos criadores do município.
A mesma fonte considera que “a melhor forma de fazer acções de conservação é ter uma agricultura e pecuária organizada”, daí sublinha o facto de a Biflores estar a trabalhar neste projecto na Brava, pois é o primeiro plano do tipo em Cabo Verde e a ideia depois é fazer intercâmbios para partilhar com outros criadores de outras ilhas.
E nesta óptica, informou que no próximo mês de Abril vão receber um grupo de criadores de Santo Antão e São Vicente, organizado em coordenação com o Ministério do Ambiente e da Agricultura para trabalhar na sensibilização da prática do pastoreio sustentável e assim que for feita a implementação do projecto na Brava e com resultados visíveis, serão compartilhadas as informações e metodologias com as outras ilhas.
Inforpress/Fim