Brava: Associação Biflores sensibiliza comunidade bravense a preservar os tubarões
A associação Biflores, cuja uma das missões é trabalhar para a conservação da biodiversidade, tem em curso uma campanha de sensibilização dos bravenses, no sentido de preservarem os tubarões.
A associação Biflores, cuja uma das missões é trabalhar para a conservação da biodiversidade, tem em curso uma campanha de sensibilização dos bravenses, no sentido de preservarem os tubarões.
Esta informação foi adiantada hoje à Inforpress pelo biólogo da associação, Gelsom Monteiro, que actua na parte marinha, confirmando que neste momento decorre esta campanha de sensibilização sobre a necessidade de preservar esta espécie marinha.
A meta, explicou o responsável, é atingir o máximo de pessoas, principalmente nas comunidades piscatórias e nas escolas, de forma a conscientizá-las acerca da problemática da captura da espécie de uma forma “descontrolada”.
Para obter os resultados esperados, Gelsom Monteiro adiantou que estão tentando envolver a sociedade nos trabalhos diários da associação, principalmente nas comunidades piscatórias, através de projectos que envolvam os residentes na tarefa de conservação tanto na área marinha como terrestre.
“Queremos transmitir uma visão ecológica às pessoas, mas também queremos que elas se unam a nós e assim desenvolvermos o projecto da melhor forma e atingindo os objectivos esperados”, explicou o biólogo.
Segundo explicou o especialista, quando chegam às comunidades piscatórias e ao começarem a falar sobre a campanha de sensibilização, as pessoas, logo à primeira, questionam o que vão ganhar com isso, protegendo a tartaruga, tubarões ou outras espécies.
Ou seja, a primeira reacção é a preocupação de qual o proveito que vão tirar desta acção.
Daí que a associação está tentando mostrar-lhes e fazê-las entender que quando estão a conservar as espécies, existem várias vantagens e proveitos.
Deu exemplo do projecto de protecção de tartarugas existente na ilha do Maio, onde famílias recebem visitas nas suas casas, fazendo turismo de habitação. Os turistas pagam para ver estas tartarugas, um projecto que envolve várias actividades e a sociedade é que sai lucrando com isso, lembrou.
Seguindo este exemplo, a associação na Brava quer envolver o máximo de pessoas e engajá-las neste processo de conservação.
Segundo o biólogo, os tubarões são muito importantes na ecologia marinha, e para provar isso, durante esta campanha vão explicando às pessoas o papel do tubarão no mar, realçando que “ele controla as outras espécies para que não haja muita proliferação das mesmas”, o que poderia pôr em causa outras espécies, falando-se da cadeia alimentar, além de ser os tubarões os responsáveis para fazer a manutenção da saúde do oceano ao capturar as espécies debilitadas.
A campanha já se iniciou e pretendem continuar com a mesma até meados de Julho e a perspectiva é continuar para mais tempo.
Gelsom Monteiro adiantou que no mar da Brava existem várias espécies de tubarões, com base numa entrevista feita aos pescadores da ilha, mostrando-lhes fotos de diversas espécies e estes acabaram por confirmar que já viram várias destas espécies.
Este diz estar consciente de que não terão resultados logo à primeira, mas sim a longo prazo, porque, admitiu, não “é fácil mudar a mentalidade da população de um dia para o outro”, mas esperam resultados no futuro.
Após esta acção de sensibilização, no mês de Junho iniciará a campanha de preservação de tartarugas no ilhéu de Cima.
A Biflores é uma associação de conservação da biodiversidade, sediada na ilha da Brava, e tem como finalidade a protecção e conservação dos ecossistemas marinhos e terrestres, da sua biodiversidade e dos recursos naturais, bem como fomentar o envolvimento e o desenvolvimento sustentável da comunidade na ilha.