Brava: Associados exigem explicações por parte da Associação Funerária da Brava sobre quotas
Dezenas sócios da Associação Funerária da Brava, muitos deles associados há mais de 30 anos, questionaram hoje e pediram explicações sobre o facto de a associação não estar a receber quotas há cerca de um ano.
Um grupo de jovens e idosos procurou hoje a comunicação social para manifestar “descontentamento com a falta de informação” da Associação Funerária da Brava, que durante décadas tem recebido quotas dos associados para aquisições de caixões, caso seja necessário, no entanto, neste último ano pararam de receber o dinheiro e não deram nenhuma explicação.
A associada Mariazinha Tavares disse que desde início da criação da Associação Funerária da Brava, em meados da década de 90, o pai dela começou a pagar uma cota de 100 escudos mensal ou então 1.200 escudos anuais, para que quando houvesse alguma eventualidade, no caso, a morte no seio familiar, pudessem ter já garantido um caixão que ajudaria nas despesas.
“O meu pai esteve na reunião onde decidiram criar a Associação Funerária da Brava que tinha como objetivo ajudar as pessoas nas despesas quando houvesse mortes nas suas famílias, daí ele começou a pagar a quota que foi determinado e contribuiu até quando faleceu, no entanto, a minha mãe continuou a pagar até o seu último dia de vida”, salientou
Nesta situação, a mesma afirmou que vai completar cinco anos que a mãe também faleceu e desde então tomou esta responsabilidade de contribuir com a quota, porém realçou que até o ano 2022 a associação estava a receber o dinheiro.
Contudo agora não tem ninguém para receber a contribuição do ano 2023 e nem sequer alguém dá qualquer explicação do que se está a passar.
“Como é o hábito, todos os inícios ou finais do ano eu vou a vila pagar todas as despesas que são anuais, contudo fui a Cruz Vermelha pagar quota, isso porque, a pessoa que recebia o dinheiro trabalhava nesta instituição, no entanto, fomos informados que a senhora viajou para os Estados Unidos e desde então, ninguém tem recebido a quantia e muito menos informar-nos o que é que se está a passar”, sublinhou.
“Pedimos esclarecimento na instituição da Cruz Vermelha para que pelo menos nos informem em quem devemos pagar a quota agora, estes disseram que a instituição não tem nada a ver com este assunto e que a funcionária que recebia o dinheiro apenas trabalhava nesta instituição e por isso recebia o dinheiro nesta instalação”, acrescentou.
Mariazinha Tavares informou ainda que existem vários familiares e amigos que também pagaram as suas quotas mensais ou de preferência anuais, há mais de três décadas, e, por isso, exigem explicação ou o paradeiro do dinheiro pago.
Por sua vez, Eva Correia Dias, também associada há mais de 40 anos, partilha da mesma opinião e pede informações, salientando que se por acaso não existe mais associação funerária, o correto é informar os associados e dar o paradeiro do dinheiro que foi pago durante todos esses anos, e que “muitos ainda não beneficiaram de nada”.
Segundo a mesma, pagava sempre a sua quota, isso porque a associação foi criada para garantir pelo menos um caixão e ajudar nas despesas, caso houvesse falecimento na família, mas neste último ano os responsáveis “desapareceram” e não tem quem nos dê pelo menos uma explicação.
“Nos todos temos os nossos recibos que comprovam o pagamento que fazíamos na Cruz Vermelha e no início quem recebia era uma funcionária chamada Lígia que já aposentou e depois, uma outra funcionária começou a receber, mas disseram que ela emigrou. Desde aí ninguém mais esta receber e nós queremos saber como é que fica o nosso dinheiro”, finalizou.
A Inforpress procurou esclarecimentos junto da Cruz Vermelha, no entanto, uma funcionária disse que a instituição “não tem nada a ver com esta associação” e que era uma colega sua que recebia o dinheiro no edifício da instituição porque trabalhava ali, mas que a mesma emigrou.
Também a Inforpress tentou localizar e ouvir algum membro responsável da Associação Funerária da Brava, mas tal não resultou.
Inforpress