Brava: Autarca defende melhoria na avaliação dos impactos da apanha da areia a nível ambiental e socio-económico
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, defendeu hoje a necessidade de analisar melhor os impactos da apanha da areia em Fonte Bila, Fogo, tanto a nível ambiental como a nível social e económico.
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, defendeu hoje a necessidade de analisar melhor os impactos da apanha da areia em Fonte Bila, Fogo, tanto a nível ambiental como a nível social e económico.
É que conforme avançou o autarca em declarações à imprensa, a proibição da apanha de areia tem um impacto negativo “grande” para ilha Brava, uma vez que, segundo explicou, a areia extraída na praia de Fonte Bila, na ilha do Fogo, é vendida a um preço exorbitante.
Exemplificando, o edil notou que uma Toyota Dyna de areia chega a Brava por 60 contos, um preço quase que insuportável para a maioria, numa ilha cujas praias produzem pouca a areia para responder a demanda no sector da construção civil.
E, conforme evidenciou, não é somente satisfazer uma necessidade para a questão do acabamento e facilidade de trabalhos, mas também na qualidade do trabalho, pois as outras areias usadas na Brava para a produção de blocos, fundações, são “areias de terra” e são menos consistentes.
Daí, realçou que sem a areia de mar para trabalhar, o que se está a ter “são muitas famílias a passar por grandes necessidades, porque é todo um sector de economia que abranda grandemente e prejudica directamente as famílias”.
“Não há apanha de areia em qualquer lugar do mundo que não tenha impacto ambiental, agora enquanto ser humano temos que fazer o balanço entre o impacto ambiental e as necessidades, para minimizar os impactos ambientais, uma vez que estão em causa também os impactos socia-económico desta proibição”, sugeriu o edil.
Francisco Tavares diz não saber até que ponto deve ser feito o balanço de ter uma praia de mar que naturalmente repõe a sua areia, que é o caso da praia de Fonte Bila, e que se não for apanhada pelos humanos há período do ano em que o mar volta a buscar a areia em “excesso” para levá-la ao mar novamente e em outro período volta a colocá-la na praia.
O edil defende a atribuição de licença que permita pelo menos apanhar 1 por cento (%) da quantidade de areia e com isso permitir que grande parte da economia da ilha do Fogo e da Brava ligada à construção civil funcione.
Sublinhou ainda que é preciso analisar o impacto directo no rendimento das famílias, ou deixar a areia lá sem impacto ambiental e depois grande parte das famílias que vive directamente ligadas a isso viver em grandes dificuldades.
Sendo assim, apela a quem de direito, aos técnicos, que mais conhecem a matéria para avaliarem os dois impactos, porque o edil entende que a apanha de areia gera rendimento aos trabalhadores que vivem disso, indicando os camionistas, os empreiteiros que executam as obras e os trabalhadores de construção civil.
Não obstante isso, relembrou que há também as lojas que comercializam os materiais de construção para a finalização de casas que se não há areia para fazer a finalização, a venda de mosaicos, torneiras, tubagens, fica estagnada.
“É avaliar bem os dois impactos, o ambiental e o directo no rendimento e sustento de muita gente e daí encontrar um meio termo porque para fechar a 100% sou contra, porque cria um outro impacto”, finalizou, realçando que Cabo Verde não é um país que pode dar ao luxo de tomar certas medidas sem apresentar soluções.
O Supremo Tribunal de Justiça julgou no passado dia 28 procedente a providência cautelar requerida pelo Ministério Público e, consequentemente, determinou a imediata suspensão da extracção de areia na Praia de Fonte Bila, na ilha do Fogo.