Brava: Autarca equaciona possibilidade de criar projecto idêntico ao da “Renda Brava” voltado para os bordados

O presidente da Câmara Municipal da Brava avançou hoje que após a consolidação do projecto “Renda Brava” pode-se criar um projecto idêntico para os bordados na ilha, com vista a valorização do produto.

Francisco Tavares fez esta declaração em entrevista à Inforpress, em modo de balanço da sua visita a alguns municípios de Portugal e as ideias que podem ser aplicadas na ilha, após a sua participação no Iº Encontro de Cidades Criativas e Desenvolvimento Sustentável que decorreu de 12 a 15 de Abril, no município de Castelo Branco, em Portugal.

Segundo o autarca, o município de Castelo Branco convidou a autarquia da Brava para participar no encontro, por saber que a ilha cabo-verdiana também produz bordados.

A participação do autarca da Brava no Iº Encontro de Cidades Criativas e Desenvolvimento Sustentável foi uma das actividades enquadradas no processo de candidatura dos bordados de Castelo Branco a Património da UNESCO.

Neste encontro, destacou que foi possível ver na prática o desenvolvimento da indústria dos bordados e o peso que este possui no município de Castelo Branco, mas também conhecer as experiências dos países convidados, nomeadamente América do Sul, Marrocos, Ucrânia, México, Brasil, várias cidades portuguesas, Espanha, França, e de Cabo Verde, presente com uma delegação do município da Praia e da Brava.

Com a experiência do bordado presenciado no encontro, o edil realçou que em paralelo tem o projecto Renda Brava, defendendo que deve ser feito algo do tipo para os bordados, reconhecendo que as coisas na Brava são “mais difíceis” de se acontecerem.

Mas, avançou que após consolidar o projecto Renda Brava será lançada uma experiência para os bordados.

“A experiência de Castelo Branco, mesmo sabendo que se está a falar de outras dimensões, outros recursos, mas a valorização dos bordados é algo tremendo, visto que há uma indústria a funcionar, desde a produção do fio de seda para bordar, um centro interpretativo dos bordados com várias pessoas a trabalhar na produção das peças em bordados”, contou o autarca, destacando que o local é muito visitado pelos turistas.

Neste sentido, frisou que “é possível criar algo do tipo para rendas e bordados, tendo em conta que já há uma experiência que está a decorrer como um peixe, fazendo com que as pessoas passem a ver essas áreas como uma fonte de rendimento”.

Ainda em Castelo Branco, informou que teve encontros institucionais com o presidente e vice-presidente da câmara municipal local e com uma associação de cariz social, ficando em aberto a possibilidade de deslocação de vereadores da autarquia bravense a Castelo Branco, para conhecer as boas práticas no âmbito social e da educação.

Deste encontro informou ainda que vai se iniciar um intercâmbio, em que Brava vai receber a representante da associação daquele município portuguès, no mês de Junho, para verificar as condições existentes e ver o que é necessário fazer para no mês de Outubro receber uma caravana de 25 pessoas dessa associação para o desenvolvimento de algumas acções de cariz social na Brava.

Neste município informou também que conseguiu “abrir portas” para ver a possibilidade de colocar estudantes bravenses no Instituto Politécnico de Castelo Branco que tem vários cabo-verdianos a estudarem.

Ainda em Portugal, Francisco Tavares teve a oportunidade de estabelecer contactos com a Câmara Municipal de Oeiras, indicando haver conversações já avançadas.

O edil anunciou que uma agente social vai ser cedido à Câmara Municipal da Brava por um período de 3 a 6 meses para fazer um diagnóstico social profundo da ilha, e de seguida elaborar alguns projectos para “atacar” os problemas identificados.

Já com o município de Lisboa realçou que teve um encontro com o vereador da área do Ambiente e Desporto, ficando em aberto a possibilidade de receber alguns projectos da Câmara Municipal da Brava para futuras cooperações e parcerias.

E em Mafra, num encontro com o presidente da Câmara Municipal deste município, Francisco Tavares realçou que este demonstrou muita abertura para uma futura parceria e apoiar a autarquia bravense dentro daquilo que são as suas possibilidades.

Diante de todos os encontros, Francisco Tavares fez um balanço “positivo” da sua missão, sublinhando que em breve a ilha começará a colher frutos.