Brava: Biblioteca municipal “às moscas”, sem nenhum leitor, no dia em que se assinala o Dia Mundial do Livro
A biblioteca municipal Rodrigo Peres, na cidade de Nova Sintra, na ilha Brava, encontrava-se “às moscas” hoje, dia em que se celebra o Dia Mundial do Livro, constatou a Inforpress.
A biblioteca municipal Rodrigo Peres, na cidade de Nova Sintra, na ilha Brava, encontrava-se “às moscas” hoje, dia em que se celebra o Dia Mundial do Livro, constatou a Inforpress.
Na verdade, poucos são os munícipes ou alunos que frequentam esta biblioteca, conforme o bibliotecário Narciso Baptista contou à Inforpress em uma entrevista.
Segundo o responsável, mesmo hoje, sendo o Dia Mundial do Livro, a biblioteca não organizou nenhuma actividade para comemorar a efeméride, encontrando-se o espaço por volta das 12:00 sem nenhum leitor.
De acordo com o bibliotecário, os alunos do ensino Secundário costumam procurar a biblioteca para os seus trabalhos escolares, mas para a prática de leitura nem tanto.
Narciso Baptista contou à Inforpress que uma forma que estão tentando incutir nos bravenses o gosto pela leitura é através do projecto “biblioteca livre”, que tem como objectivo levar a leitura a outras zonas da ilha, como forma de incentivar e alimentar o gosto pela leitura, nos que já o têm e despertá-los nos que ainda não possuem.
E esta biblioteca livre funciona na cidade de Nova Sintra, em Cachaço e Lomba. Conforme o bibliotecário, este é o único programa da biblioteca que está funcionando, organizado e patrocinado por uma emigrante, em cooperação com a autarquia.
Adiantou que também estão tentando organizar grupos de leitores no liceu, com alunos que se destacam na escola, como forma de fazer destes exemplos a serem seguidos pelos outros.
Segundo o responsável, aguardam, entretanto, por algum patrocínio que possa permitir atribuir a este grupo de alunos alguma recompensa, para assim poder manter o grupo organizado.
Segundo a mesma fonte, antes disto, a biblioteca tinha um projecto de incentivo à leitura, que era um “concurso de leitura”, mas que não durou muito tempo. O objectivo era explorar nos alunos e outros participantes o “potencial, o interesse e a evolução na leitura”.
De acordo com Narciso Baptista, o programa foi interrompido por falta de patrocínio.
“Era necessário premiar os vencedores e não tínhamos como fazer isso”, lamentou, indicando que a biblioteca está tentando reactivar o projecto, sem envolver prémios, de forma a “tentar puxar o interesse das pessoas pela leitura”.
Nesta biblioteca, segundo o responsável, o maior número de livros existentes é infantil e quase todos em inglês e mesmo que as crianças não saibam ler, a biblioteca vai até aos jardins infantis com estes livros.
“Como são mais ilustrativos, ensinam as crianças através de gravuras e desenhos”, explicou.
“Deslocar-se até um jardim é uma forma de mostrar aos mais pequenos que os livros existem, para que servem e o que podemos fazer com e através deles”, salientou Narciso Baptista.
Este bibliotecário apela aos bravenses que invistam na leitura, porque, através da leitura, “aumentamos o nosso conhecimento, viajamos pelo mundo e quebramos barreiras”.
Entretanto, diz estar consciente de que as novas tecnologias e o mundo virtual “roubaram” o espaço que poderia ser dedicado à leitura.
MC/JMV
Inforpress/fim