Brava: Biblioteca municipal Rodrigo Peres recebeu mais de 600 livros para projecto “Bibliotequinhas livres”
A biblioteca municipal Rodrigo Peres, na cidade de Nova Sintra, na ilha Brava, recebeu centenas de livros, direccionados ao projecto “Brava’sLittle Libraries” ou Bibliotequinhas livres.
A biblioteca municipal Rodrigo Peres, na cidade de Nova Sintra, na ilha Brava, recebeu centenas de livros, direccionados ao projecto “Brava’sLittle Libraries” ou Bibliotequinhas livres.
Estes livros foram enviados pela responsável do projecto, Izione Silva, uma bravense residente nos Estados Unidos da América.
Contactada pela Inforpress, a fundadora do projecto explicou que o programa “Brava’s Little Libraries” visa criar condições favoráveis para o “desenvolvimento” do amor à leitura e à aprendizagem entre os jovens da ilha que a viu nascer.
A fundadora da organização, que deixou a ilha aos 12 anos, adiantou que “sempre quis fazer algo para melhorar a vida dos bravenses”, tendo visto na educação o “alicerce” para este melhoramento.
Por ser sociolinguista de formação e conhecer bem os desafios educacionais dos países em desenvolvimento e as dificuldades que os alunos encontram na escola, quando a língua materna não é igual à língua do sistema educacional, decidiu investir e apoiar a ilha desta forma.
À Inforpress destacou que tendo deparado com a existência de um projecto idêntico no seu bairro onde vive nos EUA, viu neste exemplo uma forma de dar acesso a livros aos conterrâneos de “todos os cantinhos da Brava”.
Mas devido a alguns constrangimentos encontrados, Izione Silva entendeu que a melhor de contornar o problema é começar a inserir bibliotequinhas nas escolas, começando pelas escolas e jardins-de-infância.
Segundo a “mecenas”, através do projecto já foi possível encaminhar mais de quatro mil livros para a ilha e neste momento, sendo que cinco bibliotequinhas em algumas escolas e jardins de Nova Sintra já estão apetrechados, apontando uma em Cachaço e outra em Lomba/Tantum.
Os livros oriundos dos EUA, de acordo com a fonte, são livros visuais e escritos em inglês e os mesmos são para as escolas jardins onde, com ajuda dos pais ou monitores, os alunos “desenvolvem as habilidades” da pré-leitura, usando as figuras/desenhos como guias para criar uma história e os livros em português são para todos os níveis.
“Deste modo, supera-se o problema linguístico, dado que os alunos ainda, neste nível, não têm tido nenhuma introdução ao Português”, considerou Izione Silva.
De acordo com a responsável, todos os bravenses terão acesso aos restantes livros que ficarão disponíveis na Biblioteca Municipal da ilha.
Questionada sobre as dificuldades enfrentadas para manter e sustentar o projecto, Izione Silva revelou que até agora os maiores desafios têm sido a falta de fundos para estabelecer o projecto “firmemente” na ilha.
Para tentar superar estes desafios, estão a trabalhar para tentar transformar dez bidões em bibliotequinhas, começar a comprar livros, deliberadamente escolhidos, capazes de melhor despertar a imaginação e o conhecimento das crianças.
A ajuda ao bibliotecário, no sentido de melhorar o desenvolvimento da sua capacidade profissional, assim como desenvolver programas para melhor engajar os adultos neste processo de desenvolvimento o amor à leitura são outros desafios daquela organização.
Visto que muitas pessoas reclamam a falta de interesse dos jovens para com a leitura, Izione Silva avançou que estão pensando em criar “círculos de leitura” virtuais para os jovens do liceu e os adultos da comunidade.
A ideia é que os participantes leiam e-livros e depois participem numa discussão da sua leitura com uma facilitadora que vive no exterior.
O projecto conta com a parceria dos bravenses residentes nos EUA e em Portugal, a AtlanticShipping para o transporte dos livros até Brava, a câmara municipal, o bibliotecário, as escolas e os jardins onde já se encontra implementado o projecto.