Brava: Biflores com quatro projectos para trabalhar na conservação e preservação da biodiversidade

Em entrevista à Inforpress, Dheeraj Jayant avançou que um dos projectos visa trabalhar na conservação das plantas endémicas e a conservação terrestre, mas que também há outros ligados à conservação marinha, ao desenvolvimento sustentável e à educação ambiental.

Dentro do programa de conservação terrestre, indicou a associação está a trabalhar na organização da transição do pastoreio livre para um pastoreio controlado, mas também num programa de reflorestação, manutenção do perímetro florestal e a conservação das plantas endémicas.

Na área da conservação marítima, explicou que a Biflores colabora com o projecto Vitó e outras ONG ambientais para fazer o monitoramento das tartarugas, tubarões e raias na ilha Brava e nos ilhéus Rombos.
Quanto ao projecto de desenvolvimento sustentável, informou que estão a trabalhar para captar água de nevoeiro para iniciativas de agroecologia.

Sobre a educação ambiental, explicou que para o próximo ano lectivo, que se inicia em meados do mês de Setembro, pretendem desenvolver um projecto juntamente das escolas e mesmo das comunidades para trabalhar na sensibilização sobre a conservação e preservação da biodiversidade terrestre e marinha na Brava, que se encontra “extremamente ameaçada” pelas alterações climáticas, factores antropogénicos, daí a ideia de trabalhar na protecção do que é da ilha e do país.

Questionado sobre as dificuldades que a associação tem encontrado para implementar esses projectos, enfatizou que a ilha em si já possui os seus problemas estruturais, iniciando-se pela questão do transporte, entre outros aspectos.

Mas, em relação à população, destacou que as pessoas já estão conscientes da necessidade de trabalhar e organizar uma transição, sobretudo na área do pastoreio, que já foram realizadas várias actividades, entre elas, workshops com criadores e pastores, e já se encontra em andamento um plano de acção que estão a desenvolver junto da comunidade e da cooperativa da transformação de queijo de Campo Baixo, reforçando que a comunidade bravense tem vindo a participar de forma positiva.

Ainda sobre o projecto de educação ambiental, realçou que vão também envolver todas as associações comunitárias existentes na Brava, de forma a alcançar todas as zonas da ilha, com actividades práticas, como caminhadas ecológicas para conhecer as plantas endémicas na natureza, nas áreas chaves da biodiversidade na ilha, nomeadamente na zona de Fajã d´Água, Campo das Fontes e Fontainhas.

Segundo a mesma fonte, o foco é trabalhar na melhoria das acções humanas, relembrando também que a ilha já sofre os impactos das alterações climáticas, exemplificando com a falta de chuva, da água, desertificação, entre outros impactos que já são visíveis na ilha.