Brava: Biflores inicia campanha de produção de cerca três mil plantas endémicas e forrageiras na ilha
A associação Biflores já iniciou a campanha de produção de plantas endémicas e forrageiras que prevê fixar cerca de três mil mudas na ilha e reabilitar áreas degradadas.
A associação Biflores já iniciou a campanha de produção de plantas endémicas e forrageiras que prevê fixar cerca de três mil mudas na ilha e reabilitar áreas degradadas.
A Inforpress foi até ao viveiro de Campo Baixo, onde há quatro mulheres a trabalhar neste projecto que, conforme explicou Denise Macedo, uma delas, estão na fase preparação do solo, para o posterior enchimento das bolsas e lançamento de sementes.
Lídia Rosário, uma outra mulher envolvida neste processo, explicou que o trabalho é “simples”, desde que sigam todos os processos necessários, nomeadamente a apanha da terra, a peneira e preparo do solo na “medida certa”.
“É preciso colocar 15 medidas de terra, metade desta medida de adubo, sete de areia, fazer a mistura e deitar água para molhar e depois encher as bolsas”, detalhou.
Sobre o projecto da reflorestação, Dilma Lopes, bióloga da associação Biflores e responsável pelo projecto Franklinia, avançou que a campanha tem como objectivo proteger três espécies de árvores endémicas da Brava, nomeadamente, dragoeiro, marmulano e tamareira.
Este projecto, financiado pela Fondation Frankilinia, conforme evidenciou, está em andamento desde 2022. Agora, os trabalhos prosseguem com a organização do viveiro, em Campo Baixo, em parceria com a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), com o intuito de produzir mil mudas de cada uma dessas três espécies.
Para a reflorestação, a bióloga informou que vão iniciar esse processo no início da época pluviosa, começando assim a fazer a reflorestação das áreas degradadas, nomeadamente nas áreas altas, onde há muita erosão.
Entretanto destacou que a associação está a trabalhar no sentido de ter um equilíbrio com o pastoreio livre, uma vez que a Brava é uma ilha onde muitos criadores de gado têm na criação de animais o seu meio de subsistência.
Daí, sublinhou que vão tentar compilar a reflorestação para o combate à erosão. Para o sucesso final, prosseguiu a responsável, é preciso encontrar uma solução para o pastoreio, assinalando que não vale a pena reflorestar uma área e continuar com a prática do pastoreio livre.
E nesta complementação, a Biflores está também a trabalhar o projecto Darwin, um programa sobre o pastoreio sustentável, financiado pela Darwin Initiative.
A responsável explicou que “os projectos da associação são sempre interligados”, pois “um complementa o outro e assim é possível ter um resultado positivo das acções desenvolvidas em cada projecto”.
Segunda a mesma fonte, estas três espécies estão ameaçadas e em vias de extinção e há poucos representantes naturais na Brava, principalmente do dragoeiro.
Após a plantação, é feito um seguimento para as plantas reflorestadas, num esforço para ver se conseguem se adaptar, porque cada um possui um habitat diferente.
“E Biflores o que faz é tentar se assemelhar um habitat mais apropriado para o desenvolvimento de cada espécie e ter um sucesso final”, reforçou.
Além das instituições e organizações locais, a Biflores possui como parceiro a Fauna and Flora International.