Brava: Círculo de Cultura incentiva mulheres a se empoderarem

A coordenação da alfabetização na ilha Brava criou há alguns anos um Círculo de Cultura, que tem vindo a empoderar as mulheres, além de ensiná-las a “transformar o lixo em luxo”.

A Inforpress foi visitar um destes Círculos, na localidade do Mato e a coordenadora do serviço da Alfabetização, Vanusa Monteiro, explicou que este é um projecto que visa engajar esforços para não deixar a “cultura morrer”, mas também dar às mulheres uma oportunidade de “fazerem, conhecerem e partilharem algo diferente”.

Segundo a coordenadora, nestes Círculos de Cultura, “transformam” materiais que muitas vezes são descartados em produtos utilizáveis, desde garrafas de plásticos, potes, pedaços de tecidos, entre outros.

Mas, adiantou, neste Círculo não se fica somente na transformação de produtos.

De acordo com a responsáveis, as mulheres aprendem a fazer e a cobrir bolos, corte e costura, confeccionar alguns petiscos, entre outros conhecimentos

Além destas vertentes, informou que há outra parte nestes círculos, que dá uma “especial” atenção às problemáticas que assolam a sociedade e que muitas vezes incidem sobre a camada feminina, como debates sobre a Violência Baseada no Género, alcoolismo, droga, entre outros.

Além ampliarem os seus conhecimentos nas matérias de debate, Vanusa Monteiro comentou que é uma forma também de as mulheres exporem as suas visões, sem serem julgadas ou oprimidas, assim como dar-lhes uma oportunidade de estreitarem os círculos de amizade.

Até porque, enfatizou que a maioria das mulheres que participam nestas actividades são donas de casa, muitas vezes chefes de família.

Neste espaço, além de aprenderem a confeccionar produtos, elas têm a oportunidade de produzirem para venderem e arranjarem algum sustento.

Estas mulheres já confeccionaram produtos que foram expostas em algumas feiras realizadas na ilha, dando visibilidade, uma forma de mantê-las motivadas e incentivar outras mulheres para fazerem parte do grupo.

O Círculo de Cultura é um projecto contínuo e neste momento contam com três círculos, um na localidade do Mato, outro em Mato Grande e em Lém, funcionando com cerca 50 participantes.

Com o trabalho desempenhado, Vanusa Monteiro pede as mulheres que já participam que não desistam e às que ainda não fazem parte que procurem participar, pois, é uma forma da mulher sentir-se “valorizada”, até porque, ressaltou, são duas horas, no final da tarde, uma vez por semana.

Neste Círculo, participam mulheres de diversas idades e dizem-se sentir “úteis” e com horizontes mais alargados.

MC/JMV
Inforpress/Fim