Brava: Comerciantes pedem solução dos transportes que lhes garantam sustentabilidade do negócio
A ausência de transporte de cargas para os comerciantes está a afectar os grandes negócios e os mais pequenos também não escapam a esta situação e os comerciantes pedem uma solução que lhes garanta sustentabilidade.
A ausência de transporte de cargas para os comerciantes está a afectar os grandes negócios e os mais pequenos também não escapam a esta situação e os comerciantes pedem uma solução que lhes garanta sustentabilidade.
Alguns investidores económicos e comerciantes reclamaram hoje dos constrangimentos causados pela falta de produtos nos estabelecimentos, mesmo com compras feitas na Cidade da Praia e apelam para uma solução efectiva na questão dos transportes para a ilha, não só para passageiros mas também para o transporte de cargas e assim permitir a sustentabilidade do negócio.
Élcio Rocha sócio-gerente de um dos maiores estabelecimentos comerciais da ilha, falou em nome dos comerciantes, realçando que esta é uma situação que já se arrasta há algum tempo e que carece de uma melhor atenção por forma a permitir algum rendimento e a sustentabilidade do negócio, assim como o abastecimento do mercado para que a população possa ter acesso aos produtos.
Segundo a mesma fonte, a questão dos transportes possui fortes impactos sobretudo na área do comércio, dificultando assim o abastecimento e a reposição do stock, o que tem causado alguma ruptura e falta de alguns produtos na ilha.
O sócio-gerente de um minimercado local realçou ainda que a falta de produtos nas lojas afecta também outros sectores como a hotelaria e a restauração, destacando que no caso do minimercado que dirige, normalmente, traz congelados para fornecer os restaurantes, mas que nestes últimos dias tem enfrentado algumas dificuldades porque o minimercado não conseguiu abastecer a ponto de tirar o stock necessário para esta área.
Nesta questão de ruptura de stock nem os comerciantes com pequenos negócios escapam, como é o caso da Carlota Teixeira, que diz ter um pequeno comércio na localidade de Furna e que tem enfrentado várias dificuldades para manter o seu negócio no que tange ao abastecimento do mesmo.
Segundo a comerciante, há mais de três semanas que fez compras na Cidade da Praia, mas até então não conseguiu trazer às compras para a ilha e nem tem como guardá-las na Cidade da Praia o que tem causado alguns constrangimentos com os seus fornecedores que estão a pedir para tomar as cargas.
Além de fazer compras na capital, na tentativa de manter o seu negócio e abastecer os seus clientes, contou que tem feito compras nas lojas em Nova Sintra, por um preço mais elevado para tentar honrar os compromissos firmados com os clientes na Furna.
Teixeira revelou que a situação já está a tornar-se “insustentável” e desta forma não dá para continuar o negócio porque há mais perdas do que ganho, recordando que paga impostos e todos os compromissos assim como os investidores em qualquer um dos outros municípios com melhores condições.
Outros comerciantes também passam pela mesma situação, mas alguns disseram que não vale a pena “chorar” mais na comunicação social porque a questão da Brava já se arrasta há muito tempo e a cada dia continua a piorar.
Sobre esta questão, nesta terça-feira a imprensa já tinha questionado o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, de antemão sobre que soluções para os sectores económico tendo em conta que é uma queixa recorrente, e o chefe do Governo avançou que já se está a dar passos para a melhoria da situação, informando que o Governo está a trabalhar neste momento com a concessionária CVInterilhas para melhorar o nível e a qualidade da prestação de serviços dentro do contrato de concessão.
E, para melhorar este sector, reconheceu que tem de ter ofertas concretas, com regularidade, segurança para fazer com que a actividade económica passe a ser um facto na Brava, reforçando que “a ilha precisa de turismo, de economia e as conectividades são fundamentais e importantes para isso”.
Igualmente, destacou que há projectos que estão em vista, nomeadamente o projecto privado da Brava Resort & Conference Center que irá apoiar muito neste processo de uma maior integração e inclusão económica e social da ilha.
Inforpress/Fim