Brava: Comunidade de Furna celebra festa da santa padroeira Nossa Senhora dos Navegantes

A comunidade de Furna, na ilha Brava, comemora este domingo, 06, a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, santa padroeira dos homens do mar e desta zona.

Aug 5, 2023 - 04:03
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Brava: Comunidade de Furna celebra festa da santa padroeira Nossa Senhora dos Navegantes

Em declarações à Inforpress, Lídia Baptista, membro da comissão que organiza as actividades religiosas, avançou que a festa de Nossa Senhora dos Navegantes é celebrada com procissão no mar e além de pescadores, participam pessoas de diversas localidades da ilha e de seguida será servido o almoço popular.

Jorge Pina, pescador e com algum conhecimento desta tradição, contou à Inforpress que este dia surgiu de uma promessa que um senhor que estava viajando fez a esta santa.

Segundo este pescador, o viajante sofreu um naufrágio e prometeu à Nossa Senhora dos Navegantes, que caso ela lhe colocasse em terra com vida, ele construiria uma capela.

E de facto, de acordo com a mesma fonte, ele conseguiu se salvar e ao chegar a Furna, construiu uma capela pequena, que ficou muitos anos aí.

Depois, contou que chegaram na ilha os padres Capuchinhos, que ampliaram esta capela e começaram esta tradição e a procissão no mar.

Com o tempo, passaram a tirar a santa da igreja por volta das nove horas da manhã do dia em que é celebrada a missa, fazem uma procissão até a praia de peixe, colocam a santa num bote que vão afundar na ponta de Cadjetinha.

“O bote fica afundado, por volta das três horas, chegam pessoas de todas as zonas da ilha, para acompanharem a Nossa Senhora na procissão e todos os botes de pesca, acompanham o bote que leva a santa, os padres e as pessoas que vão a rezar e a cantar”, contou Jorge Pina.

Segundo o mesmo, chamam este ritual de procissão na baía e depois de fazerem três ou quatro voltas, regressam ao cais e quatro rapazes, trajados de azul, tomam a santa, realizam a procissão do cais até a igreja, e chegados aí, o padre faz a celebração eucarística.

Logo após os rituais religiosos, realçou, há o ‘come e bebe’ servido a todos que estiverem na zona.

Entretanto, recordou e lamentou que antigamente era uma multidão “sem brincadeira”, mas que aos poucos, a tradição está se perdendo.

“Todos os dias que saímos para a faina, pedimos a ela que interceda por nós, para nos guiar e nos proteger durante o percurso e assim regressarmos a casa sãos e salvos. Temos fé nela e nunca nos deixou na mão”, enfatizou o pescador.

“Esta santa é uma santa de protecção e de socorro dos que vivem no mar, tanto é que, contou, os pescadores, quando estão no mar e acontece algo ou deparam com algum mau tempo, colocam a mão para cima, rogando e pedindo a protecção da santa.