Brava: Comunidade de Lomba Tantum exige medidas contra pesca “clandestina” e agilidade no conserto do teleférico

Os pescadores e peixeiras de Lomba Tantum pediram hoje urgência no conserto do teleférico desta localidade da ilha Brava e também exigem medidas para com os barcos “clandestinos” que têm estado a pescar nos arredores de Tantum.

Jan 14, 2024 - 03:14
Jan 13, 2024 - 03:15
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Brava: Comunidade de Lomba Tantum exige medidas contra pesca “clandestina” e agilidade no conserto do teleférico

Em declarações à Inforpress, o pescador Marcelino da Lomba contou que na localidade as pessoas dependem maioritariamente da pesca e o teleférico tem vindo a sofrer várias interrupções por avarias, o que tem causado transtornos aos pescadores e peixeiras, pois a sua avaria tem colocado em causa o trabalho de muita gente.

“É um teleférico que tinha bom princípio e uma capacidade de transportar até 100 quilos ou mais de peixes. Durante o ano de 2015 até agora, já completaram oito anos, quase nove e actualmente a máquina está numa crise que não consegue transportar nem mesmo 20 quilos de peixes”, informou.

Neste sentido, o mesmo questionou onde está o dinheiro que a máquina arrecadou durante todos estes anos, que, segundo o mesmo, nem a manutenção os responsáveis têm estado a fazer, tendo em conta que o teleférico já está “muito avariado”.

“Queremos pedir às pessoas ou aos responsáveis que são encarregados deste teleférico para trazer uma nova máquina, visto que o que temos aqui não está a conseguir transportar quase nada”, apelou.

Marcelino da Lomba sublinhou ainda que as mulheres/esposas, devido à idade avançada, neste momento não conseguem transportar peixes na cabeça, de Tantum para Lomba, por isso apelou à intervenção das autoridades competentes para a resolução deste transtorno o mais depressa possível.

Já o pescador Reinaldo Meirelles mostra-se “preocupado e insatisfeito” com os barcos de pesca “clandestinos”, provenientes das outras ilhas que têm estado a pescar nesta área piscatória, afirmando que não é justo, visto que na comunidade existe cerca de 40 botes todos com licença e, no entanto, pescadores “clandestinos” chegam e pescam “ilegalmente” nos seus arredores.

“Isto não pode ser, uma vez que nós não temos possibilidade de ir pescar mais longe, a não ser nos nossos arredores, pois é aqui que procuramos o nosso sustento do dia a dia. Neste caso eu acho que estes pescadores clandestinos têm prioridade de ir mais longe e por isso achamos que não devem colocar rede aqui nas nossas águas, porque senão estão a provocar fome nas nossas casas”, frisou.

Conforme reconheceu, o mar é de todos, porém o mesmo afirmou existir regras ou leis que proíbem a pesca em determinado território marítimo, sem autorização.

“Estes pescadores até podiam pescar normalmente, mas estão a jogar rede no banco central e estão a apanhar todos os peixes e nós estamos a ficar sem nada”, sublinhou, apelando à intervenção das autoridades competentes o mais breve possível.

Por seu turno, o presidente da Cooperativa dos Armadores, Pescadores e Peixeiras (CoopUnipesca) de Lomba Tantum, Anildo Baptista suplicou ao Governo para ter mais atenção nesta situação e dar uma resposta positiva aos pescadores.

“Acreditamos que se o Governo der uma resposta positiva sobre o teleférico, a cooperativa estará disponível para assumir este compromisso tanto diante dos pescadores e do Ministério da Agricultura e Ambiente, incluindo a câmara municipal. Creio que temos toda a capacidade de ajudar a resolver alguns problemas que estão a passar na gerência, organização e na confiança de pescadores e peixeira”, garantiu.

Em relação aos barcos “clandestinos” que têm estado a afectar a comunidade, este responsável afiançou que já tinha feito uma reunião com o comandante da guarda costeira e o mesmo deu toda a confiança que iriam patrulhar a área, mas até agora nada.

“Já foram feitas três ou quatro denúncias de barcos clandestinos que têm estado a pescar nos nossos mares, mas até ao momento nunca foi tomada qualquer medida e, por isso, os pescadores estão bastante indignados e insatisfeitos, exigindo intervenção das autoridades”, finalizou.