Brava: Condutores e moradores pedem “mais seriedade e responsabilidade” na execução das obras em Fajã d´Água
Condutores e moradores de Fajã d´Água, na ilha Brava, pediram hoje “mais seriedade e responsabilidade” das entidades responsáveis na execução das obras no troço de estrada de ligação para a localidade.
Condutores e moradores de Fajã d´Água, na ilha Brava, pediram hoje “mais seriedade e responsabilidade” das entidades responsáveis na execução das obras no troço de estrada de ligação para a localidade.
A localidade esteve completamente isolada desde o passado dia 21 de Janeiro, na sequência de uma derrocada que levou parte da estrada, tendo sido construído logo depois, em alternativa, um caminho vicinal para a circulação das pessoas dessa localidade e para os visitantes que, mesmo após o isolamento, se deslocam à zona e no passado dia 19 de Março, a estrada foi reaberta após algumas intervenções improvisando assim uma via carroçável.
Após um mês de funcionamento, isto no passado mês de Abril, os condutores reclamaram do perigo que este troço começou a constituir para os utentes e moradores, visto que, alegam, não foi feita a manutenção durante o período.
No início de Maio, a ministra das Infraestruturas fez uma visita à ilha Brava e segundo o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, em declarações à Inforpress, a governante “determinou o início das obras para a reposição da normalidade das ligações à localidade e em segurança”.
Entretanto, em declarações à imprensa, os moradores e condutores reclamam das condições que estas se iniciaram, defendendo que “estas não são as condições adequadas e exigidas por uma obra desta envergadura”.
João Brito, um condutor de praça que faz o percurso todos os dias, contou que se encontram no local quatro trabalhadores, mas estes estão a trabalhar a base de pás e picaretas, o que está a constituir um perigo maior, pois estão a escavar na base, colocando a parte que foi feito o enchimento com terra em perigo.
Segundo este condutor, a época das chuvas está a aproximar- se e caso não forem tomadas medidas com esta obra a situação está a ficar mais perigosa e a zona corre o risco de voltar a um novo isolamento.
Da mesma forma, Roberto Mendes, um outro condutor que faz o percurso realçou que a situação está cada vez mais a complicar.
“Este é um trabalho que deve ser feito com máquinas porque o tempo é pouco, a época das chuvas está a se aproximar e o perigo é cada vez maior”, desabafou, opinando que se deveria pensar urgentemente na construção da via alternativa porque a estrada actual não está a ser segura mais.
Além disso, sublinhou que quando os carros estão com peso conseguem subir ou descer sem grandes problemas, mas quando estão vazios a situação é caricata porque ficam a patinar.
Neste sentido, pede ao Governo, à câmara municipal e às entidades competentes que tomem as medidas necessárias e que levem esta situação com “mais seriedade e responsabilidade”.
Igualmente, Eugénia Tavares, uma moradora da comunidade, demonstrou a sua preocupação com o trabalho que está a ser feito, que está a colocar em perigo todos os que circulam nessa via e têm de passar pelo troço.
“A época das chuvas está a se aproximar e vamos ficar isolados novamente”, disse relembrando que a ponte para a passagem de água se encontra obstruída o que é mais um agravante para esta situação, prevendo que a zona “vai entrar em isolamento novamente em poucos meses”.
E mesmo os trabalhadores que estão neste local, conforme esta moradora correm grande perigo, porque caso mexerem numa pedra “errada” a outra parte de cima pode cair e estes não têm para onde correr ou se livrar.
“O Governo ou quem de direito tem de ver bem esta situação”, finalizou a mesma fonte.
Na quarta-feira, 07, o presidente da câmara, Francisco Tavares, em entrevista à Inforpress anunciou que as obras já tinham sido iniciadas, sem avançar em que modos, mas reconheceu que “não vai ser uma obra fácil de ser feita”.
Acrescentou que é uma área de cerca de 65 metros, mas que exige uma maquinaria pesada e a construção de muros que em determinados pontos ultrapassam os 10 metros de altura, exigindo que a própria base inicie com pelo menos três metros de largura.