Brava: Coordenação pedagógica quer melhorar ensino e reduzir taxa de abandono e insucesso escolar
A melhoria da qualidade de ensino a todos os níveis é a grande aposta da coordenação pedagógica na ilha Brava, que pretende reduzir as taxas de abandono e do insucesso escolar a partir deste ano lectivo.
A melhoria da qualidade de ensino a todos os níveis é a grande aposta da coordenação pedagógica na ilha Brava, que pretende reduzir as taxas de abandono e do insucesso escolar a partir deste ano lectivo.
De acordo com o coordenador pedagógico, Herculano Fernandes, a educação na ilha ressente-se da “forte predominância” da emigração, sobretudo para os Estados Unidos, o que acaba por elevar a taxa de abandono dos alunos.
De acordo com dados estatísticos, actualmente, a Brava tem uma taxa de desistência de e 2,5 por cento (%) no pré-escolar, 3,6% no ensino básico e 11,7% no ensino secundário.
Herculano Fernandes considera que o ano lectivo iniciou “sem grandes sobressaltos” em termos de afectação dos professores e organização de estruturas, não obstante alguns percalços relacionados com as obras em curso no ensino secundário (Complexo Nova Sintra) e que já vão com algum atraso.
Com o término desta obra previsto para Dezembro próximo, a coordenação pedagógica acredita que com a sua entrega a situação será normalizada, numa ilha repartida pelos agrupamentos do Complexo Nova Sintra (abarcando Escola Secundária Eugénio Tavares e escola básicas de Nova Sintra) e Escola Básica Nossa Senhora do Monte.
Segundos dados avançados à Inforpress, o Complexo Nova Sintra recebe alunos das localidades de Furna, Fajá d’Água, Mato Grande, Cova Rodela, Lém e os dois polos desta cidade, num universo de 301 aprendizes do ensino secundário e 309 do pré-escolar, e a Escola Básica de Nossa Senhora de Monte alberga num total de 1026 alunos das zonas altas.
A nível do corpo docente, a ilha contabiliza, actualmente, 65 professores no básico, dos quais 31 em Nossa Senhora do Monte e 34 no Complexo Nova Sintra, e 32 no ensino secundário (22 masculinos e 10 femininos), na sua maioria licenciados e 27 monitores, todos femininos, no pré-escolar, dos quais duas educadores e 25 orientadoras.
Face a implementação do novo redesenho do sistema do ensino em Cabo Verde, esta equipa pedagógica passa a “apostar fortemente” no transporte escolar, o que faz desaparecer escolas com reduzido número de alunos, para acolher educandos provenientes das localidades mais distantes, nomeadamente Furna, Fajã d’Água, Palhal, Lomba Tantum e Cachaço.
A Câmara Municipal e a Fundação Cabo-verdiana de Acção Social e Escolar (Ficase) assumem as despesas com transporte dos alunos, de forma que nenhum aluno fique fora do estabelecimento do ensino “a receber educação de qualidade e nas melhores condições de convivência e sociabilidade com reflexos no resultado final”.
Com este cenário, a Brava deixou de contar com turmas compostas, algo que se verificava em localidades com poucas habitações e reduzido número de alunos, mediante concertação com os pais e encarregados de educação.
A nova reconfiguração, explicou Herculano Fernandes, faz com que todo o mundo saia a ganhar, consciente que as deslocações exigem algum sacrifício, tanto por parte dos alunos, como dos professores, mas afirma que os alunos terão no final do ano lectivo melhores resultados.
Em relação à problemática da introdução de novos manuais do ensino básico, marcada por alguns erros que ditaram a sua suspensão pelo Governo, Herculano Fernandes disse que na Brava os docentes seguiram as instruções emanadas do ministério e que rectificaram tais erros, de forma a suprimir as contrariedades.
Ainda assim, admite que não fica bem a educação trabalhar com erratas na aprendizagem dos alunos.
SR/CP
Inforpress/Fim