Brava: Criadores das zonas altas adoptam técnicas de captura de água do nevoeiro para minimizar os efeitos da seca
Um grupo de criadores de gado das zonas altas, na ilha Brava, adoptou uma técnica de captura de água do nevoeiro, com a qual armazenam água para minimizar os efeitos da seca na criação dos animais.
Um grupo de criadores de gado das zonas altas, na ilha Brava, adoptou uma técnica de captura de água do nevoeiro, com a qual armazenam água para minimizar os efeitos da seca na criação dos animais.
A Inforpress conversou com este grupo, constituído por sete criadores, que, através de algumas lonas e tambores de plásticos, colocados estrategicamente em baixo das árvores, nas imediações da localidade de Fontaínhas, conseguem capturar cerca de 600 litros de água por dia, em determinadas épocas do ano, mas nesta altura em que o tempo está mais quente a captação se situa à volta dos 200 a 300 litros diários.
Henrique Gamboa, porta-voz do grupo, contou que a técnica é simples e há mais de ano que estão a utilizá-la.
Segundo a mesma fonte, a técnica passa pela colocação de lonas de plástico debaixo de algumas árvores, aquelas que o vento favorece e que o nevoeiro atinge mais e na ponta fazem uma via que a água vai escorrendo até cair nos tambores colocados num fundo, preparado pelos próprios criadores de gado.
Com esta técnica Henrique Gamboa sublinhou que todos os criadores desta área conseguem dar de beber a todos os seus animais, sem que a seca os fustigue com a crise de água, até porque, afiançou, os animais são deixados em regime de pastoreio livre.
A vantagem, explicou, reside no facto de ali as alimárias encontram o alimento e mesmo que estas localidades estejam distantes dos povoados com água, conseguem dar de beber ao gado sem problema nenhum.
Questionado se enfrentam alguma dificuldade ou se possuem algum apoio de alguma instituição, este criador realçou que não têm tido nenhum apoio, mas quanto às dificuldades elencou o furto dos materiais por parte dos malfeitores que visitam a localidade, e que que muitas vezes causam vários prejuízos.
Neste sentido, apela a uma maior consciência por parte da comunidade bravense, relembrando que a ilha em si possui problemas com a quantidade de água disponível para o consumo humano, quanto mais para os animais.
Daí evidenciou que é necessário todos contribuírem para este processo que também serve a toda a sociedade, uma vez que, sublinhou, os animais e os seus derivados são consumidos pela população bravense e para eles os criadores são a única fonte do sustento.