Brava: Dia de São Valentim está a torna-se uma festa “sem conteúdo” – padre Euclides Pires
O pároco Euclides Pires afirmou hoje, que o dia de São Valentim está se tornando uma festa “sem conteúdo”, baseada simplesmente em oferecer uma flor, mas sem o verdadeiro sentido do sentimento.
O pároco Euclides Pires afirmou hoje, que o dia de São Valentim está se tornando uma festa “sem conteúdo”, baseada simplesmente em oferecer uma flor, mas sem o verdadeiro sentido do sentimento.
O sacerdote falava do dia de São Valentim, iniciando por contar um pouco da história deste homem, como forma de contextualização, onde explicou que este dia possui uma história muito antiga, e este homem apoiava os casais.
E mencionando a história, lembrou que existem três Valentins e por coincidência são comemorados no mesmo dia 14, em que dois são festejados na Itália e um na zona da África, além de ser comemorado em outras partes como na França, Inglaterra, entre outros.
Mas, o que preocupa o pároco Euclides Pires, é o sentido que o amor e os relacionamentos estão tomando nos dias de hoje.
“Os relacionamentos e o amor estão tornando cada vez mais fugazes e os jovens estão perdendo o pudor e a festa do amor está sendo festejada de uma forma banal e sem conteúdo”, considerou.
O mesmo ajuntou que se é a festa do amor, não deveria se limitar somente a entrega de presentes, mas sim, o amor deve ser celebrado todos os dias e neste dia, seria somente para dar mais sentido, mas com sentimento e actos e não com presentes.
Segundo o pároco, esse dia, deveria ser visto com mais aprofundamento, porque hoje já não se fala tanto do amor, citando o sociólogo Bygmunt bauman, que dizia que “estamos numa sociedade líquida, ou seja, tudo inicia-se e acaba-se de repente não é sentido com profundidade”.
Em relação ao namoro na juventude que hoje em dia está tomando “novos rumos”, Euclides Pires disse que existe uma grande diferença entre a paixão e o amor. E na fase da juventude, existe a paixão, porque, o desejo de estar com o outro hoje, tornou-se o desejo de fazer amor.
De acordo com Euclides Pires, o amor exige sacrifícios. Pois, é só depois de uma longa caminhada de estar apaixonados, que vai existir o amor e o amor começa no dia em que iniciarem uma vida a dois, em que todos os dias ao levantarem-se da cama deparam-se com a mesma pessoa.
Daí, é uma escolha que tem de ser feita todos os dias e dizer: “no meio de todos, é você que escolhi e aí está o amor, no sentido de dar-se e não querer que os outros fazem por mim aquilo que eu quero”, salientou a fonte.
Já, em relação aos casamentos em crise, na sua óptica, acredita que a ideia negativa em que os casais já vão para o matrimónio, “casar hoje e divorciar amanhã”, não apoia em nada no processo que deveria ser o coroar da caminhada de apaixonado.
E as novas tecnologias, no ver deste sacerdote possuem alguma influência negativa nas formas de relacionamento.
Para o pároco, no mundo de hoje o que torna “mais fugaz” o relacionamento, é sobretudo as comunicações sociais, porque antigamente tinha um processo de namoro em que o rapaz ou a rapariga esperava por tempo, aumentando a ansiedade, que era o tempo da preparação.
Mas, hoje não, com um ‘click’ se pode comunicar e não há tempo para preparar, ou para esperar. É tudo no momento e sobretudo entre os jovens, “não existe” o pudor e o namoro está tornando “um usar do outro, onde o outro torna-se um objecto para satisfazer os desejos e isso não é amor”.
MC/CP
Inforpress/fim