Brava/Dia do Professor Cabo-verdiano: Docente reformado orgulhoso por ter participado na educação e formação da maioria dos quadros bravenses

João Silva Baptista Silva foi professor de Educação Física e como tal esteve ao serviço do sistema educativo na Brava durante 40 anos e hoje sente-se orgulhoso de ter participado na educação e formação da maioria dos quadros da ilha.

Apr 24, 2019 - 04:53
 0  9
Brava/Dia do Professor Cabo-verdiano: Docente reformado orgulhoso por ter participado na educação e formação da maioria dos quadros bravenses

João Silva Baptista Silva foi professor de Educação Física e como tal esteve ao serviço do sistema educativo na Brava durante 40 anos e hoje sente-se orgulhoso de ter participado na educação e formação da maioria dos quadros da ilha.

João Baptista, ou “teacher”, como é conhecido e carinhosamente chamado pelos bravenses, diz ter trabalhado com diversas gerações e hoje, ao ver a maioria dos quadros bravenses, sente-se orgulhoso de ter participado na educação, formação dos mesmos e de ter contribuído para o desenvolvimento da ilha e do país.

Teacher contou à Inforpress um pouco da sua história, adiantando que concluiu a formação em Mecânica em 1978, na Escola Técnica, em São Vicente, e não via a oportunidade de dar continuidade aos seus estudos.

Daí, recordou, o Ministério da Educação ministrou, na altura, um curso para monitores de Educação Física, tendo em conta a falta de professores na época, no então Ciclo Preparatório e, por influência dos amigos e por ter acreditado que tinha “jeito” para ministrar aulas nesta área aos alunos, decidiu ingressar nesta formação.

Feita a formação, na altura com 19 anos, nomearam-no, primeiro para a ilha da Boa Vista, mas, conforme contou, houve uma mudança e ele teve que vir para a Brava, onde, desde 16 de Novembro de 1978, encontra-se a dar o seu contributo.

Ao chegar na Brava, começou a trabalhar no Ciclo Preparatório, que na época ainda não tinha um edifício próprio e funcionava na escola Materna, com quatro turmas, sendo duas do primeiro ano e duas do segundo.

Em 1983, João Baptista contou que foi nomeado director do Ciclo Preparatório e que a partir daí, a luta foi para ter melhores condições, principalmente um edifício próprio, objectivo alcançado em 1987, com a disponibilização de um espaço com melhores condições.

Um ano depois, ou seja, em 1988, foi indicado para ser delegado da Educação na ilha, cargo este que exerceu durante quatro anos, numa época em que, segundo o mesmo, as condições eram outras.

Entretanto, o grande passo dado na educação na ilha, na óptica deste professor, foi a oficialização do Ensino Secundário na Brava em 94/95, contribuindo para a melhoria da qualidade do sistema do ensino aprendizagem na região, permitindo aos jovens estudarem
aqui até o 12º ano, visto que, antes disso, os alunos deslocavam-se à cidade da Praia para continuar os estudos liceais.

Além disso, salientou as melhorias na qualidade de ensino, nos espaços dedicados a esta função na ilha, as novas tecnologias que tanto os professores e têm agora à sua disposição, entre outros “ganhos”.

“Na verdade, as coisas mudam de tempo em tempo, conforme houver necessidade. A nível de formação, comportamento dos alunos, métodos de ensino, entre outras exigências que hoje a sociedade está a ter dia após dia”, salientou o professor.

Segundo a mesma fonte, nada se compare com o antigamente, pois, hoje, ajuntou, o sistema exige que o professor continue a estudar para evoluir o seu conhecimento, para ter capacidade de ministrar aulas com qualidade e fazer com que o aluno acompanhe a evolução, num contexto de “outras tecnologias ao serviço do ensino, que permitem o melhoramento da sua qualidade.

“Se no meu tempo escrevia com giz num quadro, hoje um professor tem um projector, um computador, planifica a sua aula, o novo Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGE permite um pai acompanhar o processo de desenvolvimento escolar do aluno onde quer que esteja”, elencou João Baptista.

Mesmo assim, pede um maior envolvimento por parte dos pais e encarregados de educação no processo escolar dos filhos, porque, sublinhou, “somente o professor não consegue gerir todo o processo”.

A família, segundo Teacher, possui um “papel fundamental”, no sentido de seguir e acompanhar o seu filho, para evitar que siga os “maus caminhos”.

MC/JMV

Inforpress/fim