Brava: Direcção da Escola Secundaria Eugénio Tavares quer a valorização dos estudos com adaptação à valência técnica

A direcção da Escola Secundaria Eugénio Tavares almeja outorgar uma outra valência a este estabelecimento do ensino – a via técnica – para aumentar a oferta formativa, reduzir a taxa de abandono escolar e valorizar o estudo.

Nov 13, 2017 - 10:17
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Brava: Direcção da Escola Secundaria Eugénio Tavares quer a valorização dos estudos com adaptação à valência técnica

A direcção da Escola Secundaria Eugénio Tavares almeja outorgar uma outra valência a este estabelecimento do ensino – a via técnica – para aumentar a oferta formativa, reduzir a taxa de abandono escolar e valorizar o estudo.

Esta pretensão foi revelada à Inforpress pelo director, David Pascoal, para quem há pouca valorização da escola por parte dos pais, com reflexos directos nos alunos, razão pela qual entende que a única escola secundária da ilha e edificada em Nova Sintra terá de se adaptar às expectativas da comunidade.

Isto porque, atesta, a maioria dos alunos termina o liceu e permanece na Brava, pelo que os pais indagam de que serve o 12º ano do filho, quando mesmo os que consigam formar-se sofrem desta problemática da empregabilidade.

Daí apostar na valência técnica, já que os alunos , “no final dos estudos, seriam capacitados numa determinada área, em função de estudo”, algo que implicaria outros investimentos, sobretudo técnicos, designadamente equipamentos e professores.

Neste momento, conforme explica, a escola está a passar por uma fase de requalificação e ampliação, cujo término está previsto para Janeiro, de forma a melhorar as condições de leccionação e dotar os professores de condições condignas de trabalho, visando “mais e melhor qualidade do ensino”.

A estrutura antiga foi totalmente requalificada, as portas e janelas foram remodeladas e vai passar a contar com um anfiteatro com capacidade para aproximadamente 300 pessoas, para além de nova estrutura administrativa, salas de professores, lavatórios e laboratórios de Física e Química, sala de informática e mais seis salas de aula.

Para além da construção de uma nova estrutura, o polidesportivo foi totalmente requalificado, após uma incógnita de 12 anos, mas o seu director deixa claro que mesmo com estas obras, avaliadas em 160 mil contos, a infra-estrutura não está preparada para a valência técnica.

A Escola conta com um total de 455 alunos, oriundos de todos os pontos da ilha, do 7º ao 12º anos, repartidos por 19 turmas, orientados por 40 docentes, na sua larga maioria, cerca de 95 por cento, com formação específica na área.

Pascoal esclarece que embora o ensino obrigatório tenha passado oficialmente a ser de oito anos, no quadro da nova Lei de Base do Sistema Ensino, nunca foi implementado “cabalmente esta questão de obrigatoriedade”.

Disse que só agora está a dar os primeiros passos, de forma que sétimo e oitavos anos possam ser considerados ensino básico.

A média da taxa de abandono, segundo a direcção deste estabelecimento liceal, está a volta de 15 por cento, estando a média de aproveitamento a rondar os 60/65 por cento, ao longo dos 22 anos da existência deste estabelecimento.

Com o novo figurino da gestão do sistema implementado pelo Ministério da Educação neste presente ano lectivo, explica, a Escola Secundária Eugénio Tavares funciona como a sede do agrupamento (constituído ainda pelo pólo de Nossa Senhora do Monte) e as escolas básicas de Sena Barcelos, Manuel Rodrigues, Viriato Morais, Ana Paula e as de Cova Rodela, Furna e da Fajã d’Água, num total de aproximadamente 1000 alunos.

No final do ano lectivo transacto, os novos uniformes foram aprovados de modo a absorverem o logótipo da escola, mas salvaguardou-se uma margem aos alunos possuidores dos uniformes antigos, que continuam a usá-los pelo menos por um período de dois anos, para evitar acréscimo de custos aos pais.

Dada a orografia da ilha da Brava, marcada pela dispersão dos povoados, a Câmara Municipal assegura o transporte dos alunos das zonas mais distantes, mediante um subsídio do Fundo de Acção Social e Escolar (FICASE).

A escola iniciou o seu funcionamento no ano lectivo em 1995/96, inicialmente municipalizada, para a partir de 1998 ser totalmente contemplada no seio do Ministério da Educação.

Inforpress