Brava: Director do Projecto Vitó classifica visita do ministro de “reconhecimento” pelo trabalho feito

O director do Projecto Vitó, Herculano Dinis, considerou que a visita que o ministro José Gonçalves efectuou aos ilhéus Rombos, é um motivo de “satisfação e um reconhecimento” do trabalho da Organização Não Governamental (ONG).

Aug 25, 2019 - 14:35
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Brava: Director do Projecto Vitó classifica visita do ministro de “reconhecimento” pelo trabalho feito

O director do Projecto Vitó, Herculano Dinis, considerou que a visita que o ministro José Gonçalves efectuou aos ilhéus Rombos, é um motivo de “satisfação e um reconhecimento” do trabalho da Organização Não Governamental (ONG).

Segundo o dirigente, a reserva natural integral é um património nacional, sendo a responsabilidade da sua gestão do Governo, mas que o Projecto Vitó, como organização da sociedade civil, pode oferecer um contributo no apoio à gestão do espaço visando a sustentabilidade da área protegida.

“O reconhecimento do ministro que acaba de visitar pela primeira vez o ilhéu é uma motivação extra e, com o apoio governamental, a contribuição e a dedicação serão muito maiores para garantir a protecção da reserva”, precisou Herculano Dinis.

Questionado sobre o processo de desova das tartarugas este ano, realçou que ainda encontram-se a meio da temporada, adiantando que em locais em que, ano passado, desfrutaram de uma temporada “extraordinária”, como no ilhéu de cima, que é um dos cinco ilhéus que constituem os ilhéus Rombos, tiveram cinco mil ninhos de tartarugas.

Já este ano, avançou que está com menor grau de nidificação, mas que já contabilizaram cerca de 700 ninhos, o que considera uma indicação “muito positiva” em relação aos dois anos anteriores.

Outro projecto que trabalha na conservação e preservação destas áreas e das espécies é a Associação Biflores, e Gelson Monteiro, um dos responsáveis, relevou que a sua equipa faz um trabalho “essencialmente técnico”.

Ou seja, precisou, a marcação de tartarugas, estudo de biometria, e ainda um estudo de comportamento para saber que impacto que os técnicos que trabalham directamente com a espécie possuem na desova das tartarugas, iniciativa em curso este ano.

O biólogo considerou que o trabalho na reserva está a decorrer “naturalmente”, embora tenham enfrentado “algumas dificuldades” relacionadas com a presença de pescadores nas praias, que ostentam uma luz branca à noite e música, o que disse acreditar que, com sensibilização, conseguem ultrapassar “este percalço”.

Dos ninhos já assinalados este ano explicou que estão a seleccionar alguns para estudos para se conhecer a taxa de eclosão e a mortalidade entre os neonatos.

Nos anos anteriores, salientou, os técnicos efectuavam visitas pontuais, mas este ano montaram acampamento e aí se encontram desde o dia 07 de Julho, e pretendendo ficar até o final da desova das tartarugas, mais precisamente depois de 20 de Outubro.

Em relação aos pescadores e turistas que frequentarem os ilhéus, Herculano Dinis reforçou que com a delimitação da área protegida e a elaboração do plano de gestão mencionados pelo ministro José Gonçalves, definindo as condições e como a utilização pode ser feita, através do reforço da capacidade pesqueira com a criação de melhores condições para os pescadores e diminuindo a pressão sobre a reserva, disse acreditar que poderá haver uma harmonia entre o ecológico e a sustentabilidade da classe piscatória.

Gelson Monteiro realçou que o projecto trabalha com os pescadores, na qualidade de “parceiros chaves”, que conhecem “muito bem” o mar e os seus produtos e que podem dar um “grande contributo” no processo da conservação.

MC/AA

Inforpress/Fim