Brava e Cabo Verde sofreram grandes transformações da independência até os dias de hoje – Pedro da Lomba
Pedro da Lomba Morais, um mobilizador da independência, realça que a ilha e Cabo Verde em geral sofreram grandes transformações desde o período da independência nacional, a 05 de Julho de 1975, aos dias de hoje.
Pedro da Lomba Morais, um mobilizador da independência, realça que a ilha e Cabo Verde em geral sofreram grandes transformações desde o período da independência nacional, a 05 de Julho de 1975, aos dias de hoje.
Pois, conforme o mesmo, é basta lembrar que era um país onde tudo estava por fazer e sem recursos, e a natureza sempre foi um pouco adversa para Cabo Verde.
Daí a solução e a alternativa, segundo o mesmo, foi apostar no conhecimento, que é uma situação que na década de 70 começou a ser mais evidente, mais do que as riquezas, era o conhecimento que era realmente o motor do desenvolvimento.
“Os países que conseguiram avançar mais como a Singapura, Coreia do Sul, foram países que apostaram muito na educação, organização e daí avançaram.
Em Cabo Verde, se formos comparar, os motores de desenvolvimento são a educação, saúde, e todos os Governos, desde o início, apostaram nisso.
Na época da independência, Pedro da Lomba Morais salientou que o país era constituído por camponeses, maior parte analfabeta, vivendo grande parte no meio rural. Mas hoje, a maior parte da população encontra-se nos centros urbanos e muito mais alfabetizada, com uma educação a nível médio e superior “maior”.
Entretanto, defende que agora, está-se a apostar na qualidade, porque não tendo uma mão-de-obra abundante para trabalhar com meios qualificados, hoje há imigrantes que vêm a Cabo Verde e proporcionam melhores condições ao país.
“Éramos um país de emigrantes e hoje também recebemos imigrantes e todo o mundo em uma cadeia”, disse o mobilizador, considerando que o arquipélago tem de ser repensado, com questões sobre os quais não se pensa, há anos.
Segundo o mesmo, hoje o país em termos demográficos, possui uma alta taxa de idosos e menos jovens.
Como exemplo, salientou que em 1984, quando começou a trabalhar na Brava, havia uma taxa de nascimento em média de 250 crianças por ano e agora diminuiu para 120.
Sendo assim, defende que é necessário ter pessoas qualificadas e orientadas pela idade, para colocar o país num outro patamar, desfiando-o a melhorar o ensino, ligar a economia nacional ao turismo, para que tudo não seja importado, implicando qualidade na pesca, na agropecuária, agricultura e em tudo.
O reflexo de tudo isso na Brava de acordo com a mesma fonte, é que ela é uma ilha marcada pela emigração definitiva para os Estado Unidos da América, algo que vai continuar, e para este, a melhor opção é preparar estas pessoas aqui para terem sucesso na emigração.
Além da emigração, hoje na ilha há a possibilidade dos filhos estudarem até o 12º ano e depois seguirem os estudos superiores que anteriormente não se leccionava no país, embora a questão do ensino superior, ressaltou, muitos não têm concluído o ensino superior por falta de recursos e de uma preparação na base.
Neste sentido, desafia o sistema a investir numa melhoria da educação do ensino secundário, permitindo os alunos terem mais sucesso a nível superior e encontrarem financiamentos, porque, os que vão estudar fora, quanto mais qualificados não voltam, e não encontram condições e vão trabalhar noutro lado e a população vai reduzindo.
A nível do sistema de saúde houve grandes melhorias, pois, conforme salientou, houve uma redução enorme da taxa da mortalidade infantil e a nível do planeamento familiar houve uma queda brusca e para o desenvolvimento é preciso mais população e as ilhas mais periféricas como a Brava estão ressentindo isso, pois, há uma drenagem da população para fora e um envelhecimento da população residente.
Para evitar isso, Pedro da Lomba defende que é necessário que haja um pouco mais de atracção para os recursos humanos, no sentido de garantir um melhor desenvolvimento.