Brava: É necessário “mais envolvimento” na protecção da biodiversidade e do ambiente – biólogo
O biólogo Gelson Monteiro, da Associação de Conservação da Biodiversidade – Biflores, considera que na Brava, existe uma “falta de interesse” por parte institucional, no sentido de organizar, promover e participar em actividades relacionadas com a biodiversidade.
O biólogo Gelson Monteiro, da Associação de Conservação da Biodiversidade – Biflores, considera que na Brava, existe uma “falta de interesse” por parte institucional, no sentido de organizar, promover e participar em actividades relacionadas com a biodiversidade.
Gelson Monteiro fez estas considerações numa entrevista à Inforpress, a propósito do Dia Internacional da Biodiversidade, que se assinala hoje, 22 de Maio.
Segundo este biólogo, o dia vai passar despercebido na ilha, porque não teve nenhum ‘feedback’ positivo, por parte das instituições contactadas, para a realização de alguma palestra e campanha de sensibilização, relativamente a protecção do meio ambiente.
Defende que na Brava, além das instituições, deve haver um “djunta mon” mesmo por parte da população, porque, os problemas enfrentados nas outras ilhas do país, como a seca, pastoreio livre, entre outros, são os mesmos que a ilha está enfrentando em relação a protecção e a preservação das espécies endémicas e da biodiversidade em geral.
Em termos de espécies terrestres, Gelson Monteiro falou do tortolho, marmulano, dragoeiro, entre outras que ainda não estão a trabalhar com elas, mas chamou a atenção, pela questão do desaparecimento de algumas espécies, que conforme o mesmo, deve ser devido a “pressão” que têm vindo a sofrer, tendo em conta que na ilha praticam muito o pastoreio livre.
Na parte marinha, considerou que o mar da ilha é “rico”, em termos de variedades e quantidades de peixes, a principal fonte de rendimento de muitos bravenses.
Entretanto, enfatizou que a nível da pesca, os pescadores têm reclamado muito sobre a presença de barcos que visitam as águas bravenses e que estão praticando uma pesca “insustentável” e colocando em causa a pesca e o sustento dos pescadores da ilha.
No quesito da protecção das espécies, o biólogo salientou que a associação tem um conjunto de projectos, em que um deles, é a transformação a Bacia Hidrográfica de Fajã D´Água, numa área de reserva natural das espécies existentes na ilha, mas ainda é só projecto mesmo, aguardando pela legalização do mesmo.
Para a parte marinha, têm trabalhado no processo de sensibilização, com palestras e passagens de informações nas escolas, nas comunidades piscatórias, falando da importância das espécies, formas de adoptar práticas benéficas para a conservação das mesmas, mas acrescentou também, que na área terrestre, existe projecto para este processo de sensibilização que iniciará brevemente.