Brava: Edil defende que “não era necessária” a lei para as mulheres acederem a cargos políticos

O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, defendeu, hoje, que não era necessária a lei para que as mulheres acedessem à política, mas sim, é um processo que iria acontecer naturalmente.

Nov 13, 2019 - 15:49
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Brava: Edil defende que “não era necessária” a lei para as mulheres acederem a cargos políticos

O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, defendeu, hoje, que não era necessária a lei para que as mulheres acedessem à política, mas sim, é um processo que iria acontecer naturalmente.

O edil bravense fez estas considerações em entrevista à Inforpress, exemplificando com a sua equipa camarária, que é constituída 60 por cento (%) por mulheres e 40% por homens e a Assembleia Municipal é dirigida por uma mulher. Ou seja, demonstrou que conseguiram chegar a uma percentagem satisfatória para a lei da paridade, sem existir lei.

Segundo Francisco Tavares, na sua óptica, a lei pode vir acelerar aquilo que naturalmente tem vindo a acontecer.

“A lei da paridade, potencialmente, pode colocar-nos algumas dificuldades na constituição das listas, principalmente de listas maiores, como a da Assembleia Municipal, visto que, já para o mandato anterior não foi muito fácil encontrar mulheres com disponibilidade, vontade e iniciativa de darem os seus contributos para o desenvolvimento do concelho na área política”, salientou o autarca.

Segundo o autarca, nos municípios mais pequenos, podem ter alguma dificuldade na elaboração da lista, não na questão da qualidade dos integrantes, mas sim, da lista ter “pessoas engajadas politicamente” no desenvolvimento do município onde estão integrados.

Tendo em conta os “entraves” apresentados, defendeu que deveria ser algo “mais gradual”.

Entretanto, Francisco Tavares diz ser consciente de que com os estudos realizados, demonstraram realmente a necessidade deste “empurrão” para que as listas sejam mais compostas por mulheres e por homens numa relação de quantidade e de género.

“Vamos passar por um período onde a quantidade de género pode não corresponder a qualidade, o engajamento e a vontade própria de fazer parte de uma gestão ou de um órgão político”, disse.

Para que não houvesse essa “quantidade sem qualidade”, o edil salientou que na sua opinião, deveria passar por um período de “desmistificação” do que é estar num cargo político.

Assim, parte do princípio que as coisas acabavam por acontecer de uma forma natural, tendo em conta que, pelos dados existentes, nas universidades há mais mulheres do que homens, o que para ele, era algo que iria acontecer naturalmente.

E, em relação a sua equipa, o presidente da câmara da Brava deixou claro que se antes da lei da paridade já era presente, com a lei mais ainda.

“Estamos perante a lei e faremos cumpri-la nas próximas eleições”, concluiu Francisco Tavares.

MC/CP

Inforpress/Fim