Brava: Edil recomenda professores a insistirem com os alunos e mostrar-lhes situações práticas do dia-a-dia
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, recomendou aos professores da ilha, nesta quinta-feira, durante o acto do encerramento do ano lectivo, a insistirem com os alunos e trazer-lhes para a realidade.
O presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, recomendou aos professores da ilha, nesta quinta-feira, durante o acto do encerramento do ano lectivo, a insistirem com os alunos e trazer-lhes para a realidade.
No seu discurso, o edil afirmou que, mesmo tendo em conta os dados apresentados, a melhoria das condições físicas da Escola Secundária Eugénio Tavares, “não acompanhou” a melhoria a nível do aproveitamento.
Daí, aproveitou para chamar a atenção dos presentes, em relação ao discurso que ouviram ao longo de vários anos, segundo o qual, a ilha possuía uma escola secundária menos apetrechada e um edifício velho.
“Foram criadas as condições e os resultados não aparecem. Isso tudo, leva-nos, ao longo dessas férias, a pensar um pouco mais, no que terá falhado. O sistema de ensino; o governo; a delegação escolar; a câmara municipal; a gestão do complexo; os professores; os pais encarregados de educação ou os alunos?”, questionou o edil, acrescentando que, na sua opinião, é um “mix de todos estes sectores que podem ser o motivo desse resultado”.
Por isso, o edil pediu aos docentes que insistam com os pais e encarregados da educação e com os alunos, mostrando-lhes que a dedicação, o esforço e o estudo terão como consequência a melhoria da qualidade de vida, principalmente dos próprios alunos e, consequentemente, da sociedade e da família.
Perante tal cenário, sugeriu aos professores que na sala de aula tirem cinco minutos para conversarem com os alunos sobre um pouco da experiência de vida, com o intuito de os alertar que “os perigos da sociedade moderna são muito apetecíveis e que a vida “muito bonita das redes sociais é uma ilusão e a emigração é algo cada vez mais difícil e exigente”.
Por isso, ajuntou, a classe docente deve continuadamente insistir com os alunos de que é preciso “mais dedicação aos estudos” e que a Brava precisa e precisará deles, mas preparados, formados, capacitados, principalmente para realizarem as tarefas e as oportunidades que o futuro oferecerá.
Para o autarca, às vezes as cosas não correm bem porque não se prepararam, um trabalho que, segundo salientou, deve começar desde o Ensino Básico.
Garantiu que a Câmara Municipal continuará a apoiar o sistema educativo da ilha, considerando esta área como sendo fundamental para uma Brava de futuro melhor.
Adiantou que pelos números das conquistas e os resultados obtidos, poder-se-ia se dizer que se está muito bem na área da educação na ilha, mas sublinhou que os desafios que “ainda persistem” têm de ser solucionados, num trabalho conjunto, e “só assim valerá a pena estar na vida pública e nesta tão nobre profissão de ser professor”.
Lembrou que a Câmara Municipal, para complementar este ano, investiu quase 7000 contos num autocarro escolar.
Em relação ao Ensino pós-secundário, recordou que a autarquia tem contribuído com cerca de 370 mil escudos mensais para apoiar os estudantes que frequentam as diversas universidades do país e que a edilidade possui parcerias com as diversas escolas, aguardando sempre resultados positivos por parte dos alunos.
Entretanto, avançou que autarquia está a criar condições para que os jovens tenham um futuro melhor, e diz acreditar que está, por outro lado, a “contribuir” para a diminuição da população da Brava, porque, justificou, ainda o ritmo de desenvolvimento e crescimento da mesma “não permite” acolher e “consumir” toda a mão-de-obra que se está a formar.
Entretanto, deixou claro que isso não quer dizer que a edilidade vai diminuir os incentivos para a continuação dos estudos após o Ensino Secundário.
Os apoios, garantiu o edil, são para continuar porque, na sua óptica, para que a Brava possa desenvolver-se e ser melhor é necessário ter a sua juventude formada e mais dedicada.