Brava: Emigrante na Holanda diz-se orgulhosa das mudanças na ilha mas que “ainda não são suficientes”
Isaura Vieira é uma bravense, emigrante há 48 anos na Holanda e que já há cinco anos vem consecutivamente passar férias na ilha, apontando algumas melhorias como motivo destas visitas mais frequentes.
Isaura Vieira é uma bravense, emigrante há 48 anos na Holanda e que já há cinco anos vem consecutivamente passar férias na ilha, apontando algumas melhorias como motivo destas visitas mais frequentes.
Em declarações à Inforpress, esta emigrante revelou que quando emigrou passou muitos anos sem colocar os pés na Brava por causa de “desgostos” enfrentados na ilha.
Segundo a mesma, antes passava “injúria” com os policiais, desembaraço de documentos, problemas com os transportes, entre outros.
Mas, realçou que nos últimos cinco anos, sente-se “feliz” ao chegar na ilha, ver os investimentos que já foram feitos, destacando também o desenvolvimento policial que tem encontrado em termos de “respeito pelos cidadãos e profissionalismo”, atenção prestada pela equipa médica da delegacia de saúde, entre outros ganhos.
Entretanto, ressaltou que ainda os problemas a nível do transporte prevalecem, e alguns constrangimentos que muitos emigrantes enfrentam principalmente no desembaraço de documentos para compra ou construção de casas.
Neste momento, avançou que ela já possui a sua casa na Brava e vive na Holanda de pensão e quando vem para Cabo Verde é para aproveitar as férias e “gozar” do seu investimento, o que nem sempre corre como desejado ou planeado.
“Muitas vezes há emigrantes que passam aqui somente duas semanas e têm documentos para desembaraçar sobre as suas casas, e não conseguem porque a atenção aqui é precária neste sentido”, revelou a mesma fonte.
Exemplificou que até para cortar uma árvore é preciso dar tantas voltas, procurar os serviços da câmara municipal inúmeras vezes, porque sempre dizem “vai e volta mais tarde”.
Para esta emigrante, este não é um tratamento digno para nenhum cidadão e não querendo demonstrar “superioridade” sugeriu que aos emigrantes fosse aberto uma certa “facilidade” no desembaraço de documentos ou despachos.
Pois, salientou, que se um emigrante quer investir na ilha é uma “mais-valia” para o desenvolvimento da Brava e mais mão-de-obra para as famílias locais, além de demonstrar um certo carinho para com a terra natal.
“Não somos melhores do que ninguém, mas quando para dar entrada num processo temos de deslocar quatro ou cinco vezes ao local e muitas vezes sem sucesso, perdemos a vontade de investir ou visitar a ilha, até porque o tempo não permite que demos tantas voltas”, disse a emigrante.
Diz esperar que a situação melhore dia após dia e adiantou que tem incentivado os seus familiares a visitarem a ilha, porque ela está “cada vez melhor” e sonha em vê-la mais desenvolvida.
MC/ZS
Inforpress/Fim