Brava: Escassez da areia e outros materiais de construção civil condiciona as obras – empreiteiros

Os empreiteiros bravenses realçaram hoje que a falta de areia do mar e de outros materiais de construção civil tem condicionado as obras, reportando casos de despedimentos de chefes de família até à chegada de material.

Mar 19, 2023 - 11:39
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Brava: Escassez da areia e outros materiais de construção civil condiciona as obras – empreiteiros

Os empreiteiros bravenses realçaram hoje que a falta de areia do mar e de outros materiais de construção civil tem condicionado as obras, reportando casos de despedimentos de chefes de família até à chegada de material.

Em declarações à imprensa, Celestino Ramos, empreiteiro, destacou que os constrangimentos na área da construção civil na Brava são vários, começando por falar da falta de areia de mar que não há na ilha e que tem de ser comprada no Fogo, mas que agora nem da ilha vizinha se consegue uma lata.

Segundo este empreiteiro, as obras ficam condicionadas porque a areia das minas existente na Brava não é apropriada para fazer o acabamento e esta escassez de areia no mercado acaba por encarecer as obras, pois cada vez que um material faltar quando se consegue colocá-lo de volta no mercado o preço é sempre mais elevado.

Igualmente, defende que a questão do horário do barco também não está a ajudar muito, porque não existe um horário fixo e muitas vezes sem coordenação.

Quanto ao preço que vinha sendo comercializado a areia do mar, avançou que uma lata de 15 litros estava a ser comercializada por 350 a 380$00 e um carro “galucho” cheio de areia custava 60 mil escudos, mas que neste momento não se pode precisar um preço porque sempre há alterações na altura de reposição de stock na ilha.

Para além  da falta da areia do mar, lamenta também a escassez de outros materiais de construção na ilha, nomeadamente o ferro, cimento, entre outros. E para piorar, o preço que altera a cada carregamento que chega à Brava

Neste momento, sublinhou que graças aos emigrantes estão a surgir várias obras no sector da construção civil, mas que a falta de material tem condicionado não só o prazo da entrega, mas também o orçamento.

Da mesma forma, António Alves, um outro empreiteiro, corrobora da mesma opinião, considerando esta situação “muito complicada”, pois, além do preço, a escassez também prejudica e muito o sector, condicionando o trabalho dos empreiteiros que muitas vezes são obrigados a diminuir o número dos trabalhadores.

Idial Louro é um outro empreendedor que diz ter cerca de cinco obras paradas aguardando a chegada da areia do mar para fazer o acabamento, pois o mercado bravense em termos da areia do mar depende da ilha do Fogo.

Também, enfatizou que a questão dos transportes tem prejudicado o sector, uma que faltam outros materiais e mesmo se um empreiteiro quiser comprá-los na Cidade da Praia têm que aguardar cerca de um mês ou mais para a chegada dos mesmo à Brava.

Confrontado com esta situação, o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, diz se solidarizar com os empreiteiros que estão a enfrentar várias dificuldades para finalizar as obras, com impactos negativos para a economia da Brava.

Segundo o autarca, ultimamente a situação tem agravado mais, depois da proibição da apanha da areia na praia de Fonte Bila, na ilha do Fogo, complicando a situação de vida e do ganha-pão de muitas pessoas que faziam esse negócio da areia.

Entretanto, anunciou que há um operador económico que está a tentar montar uma empresa para produzir areias mecânicas, mas que esse processo envolve muitos aspectos, nomeadamente os estudos, impacto ambiental, licenças, e avultados recursos financeiros.

Mesmo assim, reconheceu que “é algo que se está a precisar grandemente”.

E para tentar resolver a situação, de momento, o autarca deixou um apelo para que quando houver abertura no Fogo, principalmente em São Filipe para exploração de areia do mar, que seja vista a Brava também como parte da região Fogo e Brava e que a fatia desse bolo de areia seja comercializada também para a Brava como é comercializada para os empreiteiros na ilha do Fogo.

C/Inforpress