Brava: Escola de Nossa Senhora do Monte quer travar abandono e evasão escolar

O combate ao abandono e evasão escolar constitui uma das grandes preocupações da Escola Básica de Nossa Senhora do Monte, na Brava, ilha onde a taxa de abandono situa-se entre 11 e 14 por cento ano.

Nov 16, 2017 - 14:26
 0  16
Brava: Escola de Nossa Senhora do Monte quer travar abandono e evasão escolar

O combate ao abandono e evasão escolar constitui uma das grandes preocupações da Escola Básica de Nossa Senhora do Monte, na Brava, ilha onde a taxa de abandono situa-se entre 11 e 14 por cento ano.

De acordo com o director deste estabelecimento de ensino, Eduardo Fernandes, o Conselho Directivo está a elaborar um projecto no seio dos professores visando a sensibilização dos pais e encarregados de educação para a problemática, através de visitas domiciliárias.

“A educação na Brava tem sido uma grande preocupação porque é uma ilha ligada ao historial da emigração. Anualmente, muitos alunos abandonam a escola, pelo que aconselhamos os pais a manterem os seus educandos nas aulas até a concretização da emigração”, explica Eduardo Fernandes, ressalvando, entretanto, que a taxa de aproveitamento ronda os 88 por cento.

Sublinha, igualmente, que, tradicionalmente, as escolas deparam-se com a evasão escolar, algo visível logo no início do ano lectivo, em que regista-se a falta de matrículas de alunos em idade escolar.

Isto porque, de acordo com Eduardo Fernandes, alguns pais, nas localidades agrícolas e piscatórias como Lomba Tantum e Cachaço, em vez de encaminhar os filhos para as escolas, mandam-nos para trabalhos de pesca e do campo por ser um rendimento mais rápido para os familiares.

A Escola Básica de Nossa Senhora do Monte enquadra-se na nova organigrama do funcionamento das escolas básicas em Cabo Verde, que deixa de contar com a figura de gestor de pólos e contempla alunos do primeiro ao oitavo anos.

Engloba os estabelecimentos escolares de Cachaço, Palhal, Chã de Sousa, Mato e a própria localidade, que funciona como sede deste complexo, albergando 421 alunos, orientados por 28 professores a leccionar e quatro a exercer a direcção.

A Escola de Nossa Senhora do Monte conta com 22 turmas simples e três compostas, oito cozinheiras distribuídas pelas cinco escolas, sendo que o primeiro ciclo, que vai do primeiro ao quarto anos, conta com 236 alunos, e no segundo, do quinto ao oitavo anos, estão registados 185 alunos.

Eduardo Fernandes acredita que a nova organização, implementada no presente ano lectivo, permite um melhor ensino e aprendizagem, porquanto possibilita os docentes uma maior articulação de informação e partilha de conhecimento.

Outrossim, assegura que a escola fica melhor estruturada em termos de gestão administrativa pedagógica, visando um trabalho mais articulado e que terá reflexo directo na aprendizagem dos alunos.

Outra das grandes apostas para ao presente ano lectivo passa pela introdução do horto escolar, numa ilha onde, segundo Eduardo Fernandes, as escolas contam com muito apoio de parceiros, como pescadores, que disponibilizam pescado para cantinas escolares, agricultores, que contribuem com géneros e população, com valores monetários.

Ainda assim, afirma que o grosso de géneros alimentícios para cantinas provém da Ficase, tendo, entretanto, sublinhado que a Escola recebe, sistematicamente, donativos provenientes da emigração nos Estados Unidos, além de apoio dos pais que têm contribuído para enriquecer a ementa.

A Escola Básica de Nossa Senhora do Monte goza de parcerias com a Associação Escola Materna Nossa Senhora da Graça, Associação Amigos da Escola da Brava e organização “Childen Future”, nos Estados Unidos, para levar o ano lectivo sem grandes sobressaltos.

Estes parceiros, explica Eduardo Fernandes, enviam, anualmente, grandes quantidades de materiais didácticos, o que permite com que todos os alunos tenham condições para prosseguir os estudos mediante benefícios com cantinas, pagamento de propinas e transporte escolar para as comunidades mais distantes.

SR/CP

Inforpress/Fim