Brava: Estivadores reúnem-se com o deputado do MpD com situação laboral na agenda
Os estivadores do Porto da Furna reuniram-se na sexta-feira com o deputado do Movimento para a Democracia (MpD – situação), David Gomes, para analisar a situação laboral da classe de estiva na ilha.
Os estivadores do Porto da Furna reuniram-se na sexta-feira com o deputado do Movimento para a Democracia (MpD – situação), David Gomes, para analisar a situação laboral da classe de estiva na ilha.
Em declarações à imprensa, o porta-voz dos estivadores da Empresa Nacional de Administração dos Portos (Enapor), em serviço no porto de Furna, Henrique Oliveira como capataz de estiva, explicou que o encontro teve como objectivo demonstrar a situação em que vivem e “pedir apoio a quem de direito para intervir na resolução do problema”.
Segundo o mesmo, têm trabalhado, mas a “folha salarial não corresponde ao valor estipulado na tabela e a que sempre foi praticada”.
O porta-voz sublinhou que não queriam que a situação fosse ou chegasse a este ponto, porque nunca houve nenhum problema entre os colegas e muito menos com os anteriores delegados.
Entretanto, queixou-se que há cerca de seis meses que o actual delegado está na ilha e já e se dirigiram ao seu gabinete centenas de vezes e o problema “é simplesmente salarial”.
“Conforme trabalhamos, assim devemos receber, porque há uma tabela em vigor para todos os portos. No dia 01 de Maio, trabalhamos com cargas sujas à noite e recebemos dois mil e poucos escudos, o que não é justo”, disse a fonte.
Perante a situação, a fonte avançou que caso a situação não for resolvida, vão enviar uma carta e depois organizar uma greve com duração indeterminada até que a situação se normalize.
Por seu turno, o deputado David Gomes esclareceu que há já alguns dias que os estivadores estão a colocá-los estas questões e com o encontro de hoje vai ouvir também o delegado da Enapor na Brava.
Depois, realçou que vai encaminhar estas questões ao presidente do conselho da administração da Enapor que, conforme o mesmo, é “a pessoa mais indicada para resolver este problema”.
O deputado reforçou que não houver uma resposta, a questão será levada ao Governo, porque estas pessoas “não podem perder rendimento, principalmente num porto pequeno, onde a movimentação diminuiu significativamente com a introdução de barcos Roll-on/Roll-off”.
Em reacção às inquietações salariais apresentadas pelos estivadores, a administração da Enapor emitiu um comunicado à imprensa, avançando que “não existe qualquer irregularidade no processamento salarial”, acrescentando que a empresa “sempre cumpriu e está a cumprir escrupulosamente os tarifários e tabelas de estiva por tonelada em vigor “.
“Não é lícito nem justo auferir salários diferentes do estipulado no acordo de toneladas assinado entre os sindicatos dos trabalhadores, a União Sindical Regional da Brava e a Enapor, em Dezembro de 2005”, acrescenta o mesmo comunicado.
De acordo com o documento, o pretendido pelos trabalhadores portuários acaba por “obrigar” os clientes a pagarem valores superiores aos devidos, e além de “não ser correcto, penaliza os clientes, encarece a passagem de mercadorias no Porto de Furna, e com consequências directas nos preços dos produtos no mercado local”.
Perante a situação, a administração da Enapor avançou que vai requer uma auditoria independente da Inspecção-Geral do Trabalho, bem como um encontro com os sindicatos representativos dos trabalhadores para o cabal esclarecimento do assunto.