Brava: Eugénia Macedo, uma mulher que sempre correu atrás dos seus sonhos e não perde oportunidade de aprender a cada dia

Eugénia Macedo, é uma bravense de 53 anos, com 4ª classe de antigamente, mas com talento e criatividade para tudo que surgir à sua frente, desde renda, bordado, bolos, costura, reciclagem, pintura, entre outros.

Apr 16, 2019 - 06:26
 0  10
Brava: Eugénia Macedo, uma mulher que sempre correu atrás dos seus sonhos e não perde oportunidade de aprender a cada dia

Eugénia Macedo, é uma bravense de 53 anos, com 4ª classe de antigamente, mas com talento e criatividade para tudo que surgir à sua frente, desde renda, bordado, bolos, costura, reciclagem, pintura, entre outros.

Eugénia começou muito cedo a trabalhar na confecção de rendas e de bolos, actividades estes que fizeram com que ela criasse os seus quatro filhos, os educasse e também construísse e equipasse a sua casa.

Segundo esta rendeira, nos tempos mais atrás, dedicava tanto nas rendas, bordados de ponto de cruz, confecção de colchas, toalhas e conjuntos de cozinha, que já chegou a viajar para a ilha de Santiago, e quando terminou a venda dos produtos que levou, contabilizou 500 mil escudos.

Mas, Eugénia Macedo, não dedicava somente a uma actividade.

Com o andar do tempo, aprendeu por sua iniciativa própria a fazer bolos e este passou a ser mais um “hobbie” e uma forma de ganhar dinheiro também.

“Para fazer bolos não é necessário muita coisa, basta ter um talento e usar a criatividade para aperfeiçoar a cada dia”, salientou esta confeiteira.

Na área dos bolos, Eugénia contou à Inforpress que ela faz bolos para baptizados, casamentos, aniversários, mas com o tempo, começou a fazer mas pouco, porque, “na Brava muitas vezes, recomendam um bolo, recebem o pedido, mas não lembram de fazer o pagamento”, daí, perante estes factos, ela procurou novo ramo e com mais rentabilidade.

Já, dos bolos enfeitados, Eugénia passou a fazer bolinhos para colocar à venda nos minimercados da ilha, um negócio que foi rentável, porque, conforme a mesma fonte, de 15 em 15 dias, amassava 15 quilos de farinha e plastificava a luz da vela e com a quantidade de bolo produzida quinzenalmente, ela facturava entre os 15 mil a 16 mil escudos.

Com o decorrer do tempo, devido ao excesso do calor ela decidiu não fazer bolos para venda, temendo consequências para a sua saúde mais tarde.

Entretanto, sem fazer nada ela não poderia ficar. E é aí que ela encontrou a oportunidade de participar numa formação para confecção de vasos com cimento e através da reciclagem, fazendo desta actividade, neste momento, o seu “maior hobbie”, mesmo que ainda está somente a oferecer para pessoas conhecidas e amigas.

Eugénia faz os vasos, coloca plantas e oferece estes vasos, mais adiante, pretende fazer disto uma nova forma de ganhar o seu pão.

Após os vasos, Eugénia não parou, ela ingressou num curso de corte e costura, realizado na ilha, durante 45 dias, onde já está confeccionando roupas para os filhos, tencionando adquirir brevemente uma máquina, para dar asas a um sonho que tem desde há muitos anos atrás e segundo a mesma, caso houver outro curso na área, vai participar novamente.

De todas estes talentos, Eugénia salientou que a produção de renda foi rentável, nos bolos também fez muito dinheiro, nos vasos ainda não está bem decidida, mas na costura, vai fazer deste o seu ganha-pão preferido, porque, “na costura e na arte, é só saber criar e praticando, torna-se cada dia mais bom”.

As dificuldades em trabalhar nesta área, é a falta de materiais na ilha, mas está convicta de que com apoios de familiares nos Estados Unidos da América é possível levar adiante esta profissão e procurando materiais na Cidade da Praia.

Mas, como está prevista a abertura de uma formação de sapataria e de estofo na Brava, Eugénia garantiu que vai participar, porque, ela “não cansa de aprender e sempre que tem oportunidade participa em todas as acções de capacitação oferecidas”, desde que os requisitos vão de acordo com o grau de escolaridade que possui.

Em relação aos jovens, Eugénia apela-os a “explorarem outras áreas, que não se acomodem somente numa, porque trabalho existe, mas é preciso explorar uma área e outra para chegar a uma que realmente dá rendimento”.

MC/CP

Inforpress/Fim