Brava: Férias escolares – Descanso para os docentes e alunos, uma preocupação para os pais de Lomba Tantum
Os pais e encarregados da localidade de Lomba Tantum estão preocupados com a situação das crianças e adolescentes na época das férias, que muitas vezes ficam “abandonadas” a mercê de cuidados de terceiros quando estes saem a lida.
Os pais e encarregados da localidade de Lomba Tantum estão preocupados com a situação das crianças e adolescentes na época das férias, que muitas vezes ficam “abandonadas” a mercê de cuidados de terceiros quando estes saem a lida.
À Inforpress foi à comunidade, inteirar da situação da zona e ao chegar aí, deparou com algumas preocupações apresentadas pelos pais, que segundo os mesmos, a zona depende da pesca, e é quando aparece, muitas vezes, saem cedo e chegam tarde, tendo que deixar os filhos em casa de terceiros, que podem ser familiares ou vizinhos, ou mesmo em casa sozinhos, pedindo para alguém observá-los durante a ausência dos mesmos.
Entretanto, salientaram que não obstante ao facto destes não terem como deixar os filhos, a zona não dispõe de nenhum espaço para as crianças brincarem, praça, placa desportiva ou centro, onde possam ocupar os seus tempos livres com actividades lúdicas e recreativas.
Jaqueline Barros, dirigente da associação de Lomba, diz que como monitora do pré-escolar e responsável da associação, está “preocupada” com esta situação.
A mesma, considera o dia-a-dia destas crianças como sendo “um pouco triste”, após as férias, porque, realçou, no período das férias nada fazem, a não ser brincar na terra e nas ruas.
“Não há um espaço que podemos levá-las e colocá-las a fazerem algo de útil, algo de diversão, nem para colocar desenhos animados, uma actividade cultural”, salientou a responsável, lamentando a situação em que as crianças da zona estão sendo expostas.
Adiantou ainda, que além da zona ser seca e árida, o sol nasce quente logo cedo e perdura o dia inteiro, o que mais cedo pode provocar problemas de saúde as crianças.
Segundo a responsável da associação, já chegou a falar com o presidente da câmara municipal, no sentido de construírem na zona um centro comunitário, o que lhes permitiam ter um espaço para convívio e reuniões e mesmo para uma “melhoria” de hábitos na localidade.
“Com um centro comunitário e uma sala equipada, poderíamos colocar algo para entreter as crianças, cativar a atenção das mesmas, tentando tirá-las da rua. Mas não tendo, o que podemos fazer?”, questiona Jaqueline Barros.
Muitos, conforme realçou, nem ficam na rua, mas sim, preferem ir trabalhar com os pais ou amigos, como uma forma de arranjar algum “ganha-pão”, mesmo sabendo que são menores, mas que as vezes, é uma opção que pode ser “melhor” do que ficar a mercê da sorte, na rua até que os pais cheguem ou que alguém lhes chame atenção.
Esta situação, segundo a dirigente da associação local, prejudica estas crianças ao regressarem à escola. Pois, adiantou, que quando elas ficam muito tempo “desocupadas”, regressam para a sala de aula praticamente “vazios”, o que implica o professor ter de fazer um trabalho mais pormenorizado com as mesmas.
Às entidades responsáveis, a presidente da associação pede que seja criada condições para a construção de pelo menos um centro comunitário que seria útil não só para reunir a comunidade, mas também para terem um espaço que lhes permite convidar outras localidades a fazerem intercâmbios com eles na zona, com o intuito de trocar ideias e experiências, o que seria uma “mais-valia” para este povoado.
MC/CP
Inforpress/fim