Brava: Festeira de Santo António 2019 cumpre promessa feita há 45 anos atrás

Júlia Rocha é uma bravense residente na Holanda há 47 anos e desde que saiu da sua terra natal prometeu regressar, um dia, para festejar o seu santo devoto, o Santo António.

Jun 14, 2019 - 20:33
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Brava: Festeira de Santo António 2019 cumpre promessa feita há 45 anos atrás

Júlia Rocha é uma bravense residente na Holanda há 47 anos e desde que saiu da sua terra natal prometeu regressar, um dia, para festejar o seu santo devoto, o Santo António.

A festeira lembrou hoje à Inforpress que viajou para a Holanda quando ela tinha 19 anos e que nunca mais regressou ao torrão natal.

Não veio, é certo, mas como tinha feito um pedido ao Santo para que a acompanhasse no “bran bran de emigração”, regressou por estes dias para as festas de Santo António.

À Inforpress contou que quando decidiu regressar, a primeira coisa que disse a si mesma, é que tinha de fazer algo que lhe fizesse recordar a sua infância e adolescência, o que acabou por coincidir com a festa de Santo António.

Juntando o útil ao agradável, Júlia Rocha decidiu festejar Santo António, como forma de recordar momentos vividos e “pagar” a promessa devida.

Recordou que foi criada desde pequena pela avó que sempre mandava lhe fazer alguns mandados e quando chegava em algum lugar que não tinha casas ou não via viva alma, a não ser a lua no céu, sentia um pouco de medo, pelo que era habitual, na circunstância, pedir a protecção divina ao Santo António.

Conforme a mesma, se acontecesse algo com ela, nem se gritasse, não havia nada e ninguém que lhe socorria porque o lugar era distante e quase deserto, era somente ela e o “seu burro à frente”.

Então, desde muito cedo, disse, Santo António é o seu “tudo, ou seja, pai, padrinho, companhia”, porque conforme confessor à Inforpress, não chegou a conhecer o meu pai e, assim, desde pequena, colocava tudo na mão do santo.

Sendo assim, a fé e consideração foram crescendo e hoje realizou e cumpriu a sua promessa, com festa “rija” e tudo o que a tradição da ilha manda.

A festeira agradeceu à associação de Lém, que organizou todas as actividades culturais e desportivas que antecederam as antevésperas de Santo António com o tradicional “pilon”, a véspera, realizada na quarta-feira com a bênção da bandeira e hoje, com o “Mastro”, a celebração eucarística e também a todos que participaram na parte da cozinha, que desde ontem estiveram no quintal da sua casa para que tudo decorresse na normalidade.

E para a sociedade em geral, Júlia Rocha pede que todos tenham fé, esperança, que lutem sempre e que passem aos mais pequenos os conhecimentos da fé, mesmo que não seja Santo António ou outro santo, mas que tenham a fé, acima de tudo.

MC/JMV

Inforpress/fim